Meditações, impressões da vida, memórias revisitadas, crônicas fotográficas, muito blá blá blá... É só para deixar registrado o que penso do mundo (antes que eu morra e não conte, ou mostre, nada a ninguém).
sábado, 24 de dezembro de 2011
Querido Papai Noel
Tenho um pedido: Em 2012, desejo que as brincadeiras fiquem mais sérias!!! Fotografia e teatro deixarão de ser apenas hobby em minha vida...
Os meus amigos vivem me dizendo que sou ‘naturalmente’ performática. Penso que é porque falo com caras e bocas, dou risadas o tempo todo e brinco demais, correndo o risco de perder amigo e não perder piada...
Mas aproveitei pra vasculhar fotos neste final de ano e achei cada ‘cara e boca’!!! Mas justifica-se: fiz teatro por oito anos , o velho GETEAFI (Grupo Estudantil de Teatro da Ação Fraternal de Itabuna), dos 13 aos 20.
E em 2011 voltei, dessa vez em curso com duração de dois anos na Cia Vá na Contramão. Mas com uma diferença, porque agora estou amadurecendo teatro como algo sério. Eu estou praticando psicodrama e iniciei os estudos em dramaturgia no Grupo de Pesquisa da UFRB, e por tudo isso penso que Teatro vai virar uma segunda profissão.
Termino o curso de teatro em 2012 e quero mesmo participar das produções da UFRB, nos cursos de Artes e Cinema. E de vez abraçar novos papéis e máscaras.
É uma atividade que me encanta, colocar os dramas e as comédias humanas em momentos pontuais e ter oportunidade de incluir meus sentimentos nos sentimentos da personagem.
Já a fotografia é paixão antiga, que tive oportunidade de mergulhar na prática ainda em Cuiabá, na UFMT, quando cursei os dois semestres obrigatórios ( e tirei 10!) e depois como aluna ouvinte em Campo Grande, na UFMS e por fim, quando decidimos, eu e Rosangela, fazermos o livro Fotojornalismo: Informação, Técnica e Arte (que também tivemos 10!), e que pretendo editar pela terceira vez, agora revisada e ampliada.
Fotografia virou objeto de estudos e extensão, com o Galeria Recôncavo. Comprei bons livros. Achei um objeto em fotografia para o doutorado, que penso, vou ter que sair do Brasil se quiser dar continuidade (fulldome). Mas o que quero mesmo é desencavar essa fotografia artística que pulsa. Quero colocar os projetos que ficaram apenas na vontade, em luz e cor. Penso que a oportunidade é em 2012, já que vou ter que aprofundar meus estudos, pois vou dar aula de fotografia para a turma de Artes Visuais (notícia que me deixou muito feliz!).
Em 2012, Merda pra mim (no teatro) e muita LUZ (matéria prima da foto). E que minhas vontades, se forem para minha evolução, se materializem todas.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Dos beijos enrolados em abraços
Este ano resolvi passar o máximo de tempo com velhos e novos amigos e acabei indo a 'trocentas' confraternizações. Só não fui a confraternização de boneca porque não me chamaram a tempo. Com a galera do Teatro foram duas, com direito a muita comida, improvisações e troca de presentes.
Na casa de Robério mais uma, para homenagear Dinalva e de quebra conheci Lídice da Mata, nossa senadora, que me pareceu mulher muito centrada e realmente disposta a assumir política como coisa séria. Dois dias depois Aleschi e Anisio me chamaram e lá fui eu ficar horas, batendo papo e comendo guloseimas na Livraria Saraiva - hábito que cultivamos há quase dois anos, uma vez por mês, quando Aleschi vem pras reuniões em Salvador.
Saindo do lúdico, o que era reunião de trabalho com Renato, Rodolpho e Jesus (professor abençoado), virou maniçoba no 'Ferroviários' em São Félix e planos para bons projetos em 2012.
Em Cruz das Almas, mais dois encontros prazeirosos: na casa do Moacir, com Navarro e Aless, assistindo 'Meia Noite em Paris', comendo lasanha e tomando vinho e em um almoço no Canto Gaúcho com meu eterno vizinho Emanuel, minha querida Soraia e meu estimado Luciano (que tão raro nos encontrarmos mas sempre tão gentil). Lá ainda tive o prazer de conhecer mais o professor Felipe, da biogenética, que me provou que sou irmã do Gorila, muito mais que o orangotango (rs) e tomei 'aquela' lição de humildade.
Dia seguinte um momento especial com a galera do CAHL, em Cachoeira (tão raro), em um almoço maravilhoso, onde revi velhos parceiros e tive a oportunidade de conhecer técnicos e professores que se uniram ao time. No mesmo dia dancei e cantei, depois de um jantar maravilhoso, na casa de Manu, com Leila e Márcia. Doadoras de boas energias, trocar figurinhas e encontrar fórmulas simples de felicidade, elas também estão formando comigo uma Confraria do Vinho. Sempre que nos reunimos fazemos festa à Baco.
Depois foi a expô de Dina, no Salut da Pituba, com César, Moema e Conça. Dessa vez comida japonesa.
E ontem, teve ainda um encontro do CS com toda a galera no Bar Mercado. Vendo e revendo, conhecendo e reencontrando.
Sabe o que é melhor de tudo isso? os beijos enrolados em longos abraços, onde os mais chegados nos dizem ao pé do ouvido que 'gostam da nossa amizade', que 'o dia ficou mais alegre', que 'estava com saudades' e penso que não podemos deixar a escravidão das rotinas nos tirar o prazer dos encontros para 'fazer nada', apenas passar tempo ao lado de seres especiais. E os mais novos, mesmo que timidamente, dizem que esperam que nossa amizade só cresça em 2012... eu também.
Só teve um inconveniente: engordei e ficou complicado entrar na roupa nova do Natal. Mas desde hoje fechei a boca. Agora só na grande confraternização da noite feliz...
domingo, 11 de dezembro de 2011
Aos amigos distantes
Amigos, mesmo distante, saibam que não esqueço de vocês e é no final do ano que fico ainda com mais saudade.
Dá um aperto, porque alguns de vocês, talvez eu encontre tão pouco ainda nesta minha vida.
Outros eu sei que encontro em gotas, de forma rápida, numa breve viagem a Sampa ou Rio, ou quando aparecem em Salvador, mas é tão pouco, tão raro, não do tanto quanto gostaria. Queria que a Itália fosse ali, e a França eu conseguisse chegar no pensamento, Buenos Aires logo na esquina e em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul eu estivesse a um passo e na volta passasse em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, João Pessoa, Natal, Recife e Aracaju... Não conheço ainda Floripa, POA, Rio Grande ou Vitória, mas é lá que deveria ir pra abraçar quem foi e lá ficou.
E que ir a Teixeira, Itabuna, Ilhéus, Ibicaraí, Juazeiro, Petrolina e Amargosa fosse como ir comprar meu pão de todo dia.
Os meus amigos moram em meu coração. Amo cada um de vocês, pelas lembranças de momentos únicos e maravilhosos.
E agradeço ao universo ter um dia convivido com vocês.
E que bom que tem a internet, e que bom que podemos de vez em quando expressar essa saudade.
Por isso gostaria que vissem esse video, ele é como nós todos, unidos pelo elo do amor que transcende a distância
http://www.youtube.com/watch?v=XMkaBN3x5AM&feature=share
com estima, e muitos beijos enrolados em longos abraços...
Ah, que o natal seja lindo, o ano novo próspero e a vida mais cheia de coisas para comemorar
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
E o Rio de Janeiro continua sendo...
Tenho uma relação de muito carinho com o Rio. É uma cidade maravilhosa em sua essência e por mais que tenhamos a percepção dos conflitos, do estado de alerta, ainda assim, é tão bela.
Fiquei no Rio durante quatro meses em 1998. Recém formada, ainda sem diploma, andava muito com o Marcus Aurélio, da CBN, super ativo na UNIRR e o acompanhei diversas vezes, ao Instituto de Cegos, na Urca, quando da instalação de uma rádio. Também paquerava a redação do JB (Jornal do Brasil), nas poucas e maravilhosas tardes em que lá estive, com Flávio Rodrigues, que me hospedou em dois, dos quatro meses de vida carioca. Era uma época rica. No JB, vendo Evandro Teixeira, grande fotojornalista, e um time 'de primeira', daquela casa que era, tradicionalmente, berço do bom fotojornalismo. E nas reuniões da casa de Flarod, com Rogério Reis, Arthur Max, Rogério Madureira (amado) e tanta gente legal.
Tudo teria dado certo, penso, entre eu e o Rio, se o sindicato dos jornalistas não tivesse me 'convocado' a dar explicações sobre a possibilidade de trabalhar no estado, sem o diploma (fui da terceira turma da UFMS e o curso ainda estava em processo de reconhecimento _ levou oito meses para sair meu diploma). E acabei abandonando o sonho de viver no Rio.
Depois voltei, em 1999, para pouco mais de um mês na Globonews, em intercâmbio. Repórter do interior, fiquei encantada com o Teatro Municipal. E com sorte de principiante, fui a muitos lugares legais, na condição de repórter, com direito aos bastidores de eventos...
Foi quando conheci alguns centros culturais, a Biblioteca Nacional, Museus, Quinta da Boa Vista, Jardim Botânico...
E me apaixonei de vez.
Pensei que era uma cidade perfeita para envelhecer.
Depois estive apenas uma vez, mas fiquei em Niteroi, na época de um evento midiático, já como professora da UFRB.
Pois nesta semana do Festival Internacional da Cultura Digital, respirei mais do Rio.
Nunca tinha me dado conta da riqueza da Biblioteca Nacional (que é a oitava do mundo em quantidade de livros), mas uma visita (guiada, desta vez), me revelou algo que muito me impressionou: quando da fuga da família real para o Brasil, em 1808, vieram na bagagem cerca de 60 mil livros. E em seu retorno, Dom João disse: deixo aqui meu filho e meus livros, tamanho era o grau de consciência dele quanto ao tesouro que carregava. E são mesmo, livros a peso de ouro: Há dois exemplares das primeiras Bíblias tipográficas, de 1462. Há um pergaminho do século XI, com os quatro evangelhos escritos em grego, e a primeira edição dos Lusíadas de Camões, de 1572. Partituras orginais de Beethoven e Mozart... tudo isso faz dela um lindo Museu. Mas apenas para pesquisadores autorizados. Essas obras são guardadas a sete chaves e em ambientes super controlados quanto a climatização, segurança e oxidação, etc. etc.
Confesso que fiquei de queixo caído e orgulhosa, porque penso que cada brasileiro é dono desse tesouro. Que sorte a nossa quando Napoleão decidiu atacar Portugal (rs).
Também fiz visita, depois de onze anos, ao Museu de Belas Artes, e gostei muito da exposição Guilda de São Francisco, que reúne o trabalho dos artistas Cláudio Valério Teixeira, Celio Belem e Milton Eulálio. Eles apresentam seis telas feitas a seis mãos, nas quais usam como cenário cartões postais do Rio e Niterói.
Voltei também ao Centro Cultural do Banco do Brasil, que estava com uma exposição sobre a India, belissima, com tantos artefatos, exibição de filmes de Bollywood, contextualizam a cultura antiga e moderna no país e revelam hábitos e toda a história religiosa que é coluna vertebral daquela sociedade. E por fim, no Forte de Copacabana, um lugar que nunca tinha ido, apreciei a paisagem.. ô Rio de paisagens lindas.
Depois mergulhei no Festival e não vi mais nada... e penso que o Rio tem tantas possibilidades. Já sinto saudade dessa cidade que respira cultura.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Na rede da Cultura Digital
Vim ao Rio para o Festival Internacional da Cultura Digital. Sabia que seria interessante, mas não tinha idéia do quanto. Dias de programação intensa. Confesso que teve coisa que eu queria ver e não vi por conta de programação paralela em vários espaços diferentes e até numa certa distância, entre o MAM e o Cine Odeon, coisas que aconteciam ao mesmo tempo, que não dava nem para dar um pulinho (como eu faria se fosse numa sala ao lado). Vi algumas apresentações de projetos super humanísticos, como o dos índios Kaiowás, no MS, que estão usando seus celulares para gravar cenas de violência contra a comunidade indígena e postando na rede. Novas tecnologias contra a opressão! também aproveitam as novas tecnologias para criarem memória e intercambiarem experiências entre comunidades indígenas distantes. PERFEITO! Com alguns projetos, descubro que a mídia locativa e democrática amplia os horizontes de atuação e isso é mágico. E um dos que mais gostei foi o que mapeou todas as manifestações artísticas de São Paulo que ocorriam fora de Museus. O nosso, do Mapeamento Colaborativo do Recôncavo, recebeu muitos elogios. Penso que ele será um sucesso quando todos puderem colaborar.
Ah, a UFRB estava em peso, eu, Fernando Rabelo, Jarbas Jacome, Alessandra Azevedo e Danillo Barata. E com três ações, entre projetos e exposições.
Vi discussões e debates, como o da Unicult, com muita gente, de todo lugar do Brasil. Conheci Messias Bandeira- UFBA, e pedi a ele, que com generosidade me disse sim, a frequentar suas aulas como ouvinte. Pense numa universidade virtual, sem hierarquia, que prega integração dos acadêmicos com tudo o que acontece na vida real, que agrega saberes populares e cultura e valoriza outras formas de aprender que não só o formalismo da universidade que conhecemos atualmente. Pensou? ela está se tornando uma realidade. E quero fazer parte disso. Visualizei uma sala no CAHL que seja para transmissão de Samba de Roda, de Capoeira, com videoconferências, com produções midiáticas, com fulldomes... sonhei? viajei??? penso que não. Porque não é sonhar sozinha.
Vi tanta gente falar de rede (e não é aquela que adoro deitar), é a que adoro surfar, é colaborar. Em rede, partilhando experiências, falando dos erros e acertos em metodologias, possibilitamos que outros, que queiram também fazer algo, possam tomar os atalhos e realizar mais rápido, e nessa troca de experiências, acumulamos saberes.
Vi tantos falando de mais generosidade, de gente que faz coisas por entusiasmo e paixão. E lembrei de Robinson Tenório, com seus estudos sobre Fraternidade como complemento importante para Igualdade e Liberdade. Vi gente falando de ética Hacker. Lembrei das aulas de Nelson Pretto e Sergio Amaral, em 2009, na Faced-UFBA e UNICAMP.
Vi pioneiros importantes da cultura digital, como Benkler e Michel Bauwens, falarem de uma nova economia, de uma mudança de comportamento silencioso, que está crescendo nas novas gerações, que só a inteligência coletiva possibilitada pela rede, pode explicar. Penso que estamos na ERA da cultura digital. E ela agrega todas as culturas, da forma mais democrática. Basta clicar...
Vi parlamentares (Alexandro Molon - PT, e Jandira Feghali, do PCdoB), falarem da importância da mobilização, das cobranças aos políticos, que iniciam pela rede, e do político que precisa ter ações mais claras, mais transparentes, porque as pessoas tem como cobrar.
Vi sociedade civil, com representantes de diversos setores, falando da importância da inclusão digital, de como avançar na busca de uma educação digital, porque não basta ter o computador ligado em rede e só saber surfar em facebook, orkuts e msn... E vi um moço, que nem sei de onde é, porque cheguei e ele já falava, de lugares onde meninos não tem certidão de nascimento, mas tem facebook e tem orkut e ali estão sua identidade! e vamos transformar as lan houses em parceiras da revolução. É preciso mostrar os caminhos, mostrar que a internet tem miliuma utilidades.
Observei jornalistas multiplataformas. Gente que domina twitter, wordpress, joomla, e tantas outras possibilidades para fazer uma informação diferenciada, diversa, tudoaomesmotempoaquieagora. E quero isso pros meus meninos, meus orientandos. Se eles quiserem, se eles toparem...
E foi bom ouvir Sérgio Mamberti (ator maravilhoso e diretor da Funarte), G. Gil (baiano que só nos orgulha), e tantos outros. Foi bom trocar figurinhas, pegar cartões de gente que pode virar parceiro, em projetos do LINKLIVRE. E sabe o que foi melhor? descobrir que o que faço tb conta. Que tb faço cultura digital. Daqui a alguns anos serei uma dinossaura dessa história. É bom surfar nessa onda.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
O pior cartão de visita
Ontem fui dormir com a sensação que estou em um Estado de 'mentirinhas'. A Bahia não é um Estado de Alegria. Tampouco um lugar para turistas virem para desfrutar diversão e cultura. 'Ah, que bom você chegou, bem vindo a Salvador, coração do Brasil, ah, você vai conhecer, a cidade de luz e prazer'... essa canção ficou tão distante: ontem, em Salvador, eu colecionei decepções...
Recebi meu primeiro guest CS (companheiro do CouchSurfing). O perfil é sempre muito parecido: Um viajante que adora conhecer lugares novos, pessoas novas, culturas novas. O escolhido foi Juan, que tem 21 referências positivas e passou pelo Uruguai, México, Colômbia, Argentina e no Brasil percorreu Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.
Como boa anfitriã, falei para ele do quanto Salvador tem lugares interessantes, falei sobre algumas comidas, mas também o quanto tivesse cuidado com seus pertences e que não fosse a lugares estranhos, com pouca gente e escuro. E lá fui eu, conforme o tempo me permitia, levá-lo à primeira impressão da cidade. Saímos de Stella pela orla, paramos na praça dedicada a Vinicius. Ele conhecia o poeta cantante e suas canções. Gostou da praia, mesmo com um carro tocando um pagode do 'piscapisca', dando uma situação da musicalidade (ou falta dela) de nossa população. E expliquei o problema da falta de iniciação musical nas escolas... lembrei de Cuba, onde a cada esquina tinha um pequeno grupo sempre com cordas, sopro e percursão.
Depois segui mostrando Itapuan, um bairro cartão postal, tanto por conta das músicas quanto pela paisagem e fama boêmia. Mas vimos ruas sujas, não parece um bairro para receber turistas.
Percorremos a orla e paramos para comer um acarajé na Dinha, no Rio Vermelho. Eram 16:30h e não havia acarajés prontos. Era preciso esperar no mínimo 15 a 20 minutos. Na Bahia do acarajé, na baiana mais famosa...
Fomos à Casa de Yemanjá, do outro lado da rua, para eu explicar um pouco sobre as festas de largo. Vários homens bêbados reunidos na frente da casa, um cheiro de sujeira. Mas entramos. Tudo muito mal conservado.
Mas falei da tradição da festa. E demos uma volta perto do Mercado do Peixe, que também não 'inspira' nem turista nem essa baiana que morou anos fora e que tem um nariz sensível.
Voltamos e comemos acarajé e seguimos de carro até o Campo Grande. No caminho, tudo que via, de vida cultural, estava fechado. Era segunda-feira. Dia que baiano não recebe turista. Nada funciona neste dia... como eu tinha compromisso e anoiteceria em breve, não tive coragem de deixá-lo no Campo Grande, por mais que ele estivesse disposto a caminhar. Expliquei que, diferente de outras capitais no mundo, Salvador não era feita para caminhadas (calçadas quebradas ou ocupadas por entulho, carros, camelôs) e lembrei do quanto caminhei em Belo Horizonte, em Buenos Aires e em Havana.
Mas ainda assim o deixei na ladeira da Barra e marcamos perto do Cristo, quando retornaria para pegá-lo após meu compromisso.
Ele caminhou e caminhou. Eu fui e voltei. E na volta minha surpresa ruim: Juan foi assaltado. Levaram dinheiro e seu aparelho celular com seus arquivos de vídeo, foto, música, e o mais importante, seus contatos telefônicos. Ele estava triste. Foi assaltado por tres jovens, perto do Cristo. Enquanto pensava no quanto gosta do Brasil e que pretende procurar emprego temporário e ficar um pouco mais. Talvez no Rio de Janeiro...
Contei a ele que também tivesse cuidados extras no Rio. Pedi desculpas pelo ocorrido. Senti vergonha, tristeza, e uma sensação de impotência amarga. A Bahia é um Estado de medo. E de decepções.
Salvador é linda. Eu sempre fiz propaganda positiva da cidade, principalmente da paisagem e do seu povo alegre, bem resolvido. Principalmente quando morava em Cuiabá e Campo Grande e já influenciei muitos a virem pra cá.
Não nasci em Salvador, mas a defendo como se fosse minha de origem, porque é uma cidade cheia de luz e história, com patrimônio imaterial imenso, além de arquitetônico e paisagístico. Comprei casa aqui, estou criando meu filho aqui.
Quando usei o termo 'pior cartão de visitas', quis dizer que cidade mal cuidada, mal administrada, que não está apta a receber o turista, onde ocorre um assalto (o primeiro da vida de Juan), é uma triste maneira de deixar lembrança. O pior cartão de visita no sentido de Salvador ter se apresentado a ele de maneira complicada, onde em todos os lugares onde o levei estavam sujos, com odores complicados, fechados, com atendimento parcial ou sem atendimento e para completar, um assalto em plena Barra.
Não vou justificar meu desconhecimento sobre o ponto do Cristo, na Barra. Nasci no interior, mas venho a Salvador desde menina. E moro aqui há um ano. Mas pensei que por ser na Barra, ter iluminação diferenciada, e ser um ponto turístico, em pleno final de novembro, fosse policiado.
Sabe? eu fico triste por aceitarmos com passividade essa desconstrução do que é Salvador, como cidade turística, para Juan. Não sei se ele voltará um dia. A impressão foi a pior possível.
Acho lindo a defesa que os soteropolitanos fazem da cidade, mas não podemos fechar os olhos às dificuldades que ela apresenta.
Cidade não é só paisagem. Não é só seu povo. É a possibilidade de, na polis, ser democrática em acesso, ser acolhedora e solidária, ser organizada e digna.
Eu quero uma Salvador melhor. Para mim, para meus amigos, para meus convidados, para todos.
PS: essas fotos foram tiradas dois dias depois do post, fomos aos mesmos lugares. Afinal as primeiras fotos foram perdidas no assalto, pois estavam no celular.
ah, e dias depois olha o que Juan mandou pra comunidade do CS em Salvador:
Juan Sidarta posted this message to: Salvador da Bahia
Hola People... soy Juan, la persona asaltada el viajero q ha decidido despues de mi viaje por toda America latina escoger Brasil como pais de Residencia¡¡
Disculpad pero me comuniacare en español mi lengua q creo es facil de entender, solo quiero decir q lo q me paso en Bahia quiza me pudo haber pasado en cualquier otra ciudad de Brasil, o en otro lugar de Salvador y no el Cristo, o en otra parte de america latina... en cada pais q he visitado la gente del lugar me advertia de los problemas de seguridad de la ciudad, por tanto esto no es problema unico de Salvador, sino no tendria tantos visitantes como tiene... Es un problema de America Latina en general... no tengo los datos estadisticos delictivos de cada pais o ciudad y probablemente podrian ser adulterados... esto no quita q las personas perdamos la capacidad critica de un mundo mejor... cualquier persona q haya vivido en otras partes del mundo, como europa por ej sabe q lo q aqui es normal alli no lo es¡¡
Quiero decir q no tengo ningun rencor a Bahia, menos despues de conocer a personas como Alene¡¡ o despues de haber visitado la reunion de Couch y poder coincidir con chicos como Vinicius y Marilia u otros más¡¡ personalmente yo ya hice las paces con Salvador... Ha sido un lugar donde me encontre bellas personas... y eso es con lo q me quedo, lo demas como dije es un problema de america latina (quiza seamos todos responsables, como seres humanos)en general, pero no por ello no dejen de ser criticos con su ciudad¡¡ estas cosas no deben de pasar¡¡ Brasil esta emergiendo economicamente, en breve será un pais en boca de todo el mundo, tienen todo el potencial para ser un gran pais¡¡ pero no dejen de ser criticos con lo q consideren injusto¡¡
Un abrazo, y gracias especialmente a Alene y Vinicius¡ beso Marilia¡
domingo, 27 de novembro de 2011
Que os Santos cuidem da Baía
Fui descobrir meu quintal mais uma vez... passear pela Baía de Todos os Santos. Lembram que em 2010 'eu vim de Ilha de Maré, minha senhora'? Pois é, desta vez foi Ilha dos Frades. A ilha é assim denominada por conta de uma história da época da colonização: nela teriam sido assassinados dois frades, pelos índios Tupinambás.
Fui com a galera do CouchSurfing. Éramos em 30 pessoas. Um grupo bem diverso e interessado em explorar visualmente a ilha.
Paramos na Ponta de Nossa Senhora e o lugar me lembrou uma das enseadas de Morro de São Paulo, na Ilha de Tinharé, que fica no Recôncavo também.
Lindo lugar a Ponta de Nossa Senhora. Subimos uma escadaria que mais parecia pagamento de promessa, mas valeu a pena, pois a vista é panóptica.
A praia tem águas calmas, que lembram uma enorme piscina, mas não tem infraestrutura para receber muitos turistas, só vi pequenos restaurantes. Tudo é muito simples e o atendimento deixa a desejar.
Seguimos então para Paranama, do outro lado da ilha. Dessa vez, mesmo com restaurantes bem simples, pedimos moquecas que vieram bem servidas e com tempero na medida, com pouco dendê, super caprichada.
O resultado foi muita gente com sono, na preguicinha que um passeio como esse pode proporcionar.
O problema é que em Paranama a praia era impraticável, pois tinha esgoto a céu aberto.
Nessas incursões pelo meu quintal, fico encantada com o potencial desta terra mater, em como Pedro Álvares descobriu uma região rica de paisagens e belezas naturais que ainda não foram devidamente exploradas (com responsabilidade e olhar flanêur) e já estão totalmente degradadas (pela exploração desenfreada e sem sustentabilidade). Vi tanto lixo!
Como são 56 ilhas, estou me dando por satisfeita, em conhecer Itaparica ( a mais explorada em termos de habitantes), Maré (que tem manguezais maravilhosos) e Frades (que precisa de intervenção em educação ambiental, urgente!).
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Correndo contra o tempo
Penso que fiquei tão mal com a morte de Masami, porque a perda nos deixa impotente, não podemos fazer nada, absolutamente nada, e fiquei me perguntando: será que deixei claro para ele que o admirava? será que deixei claro que ele era especial? e agora corro contra o tempo, para dizer com ações, gestos, carinho, afago, palavras, para todos que estimo, que eu os admiro, que gosto da presença deles em minha vida.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Para Masami um céu de stop motion
Eu estou em estado de tristeza profunda. Sabe aquele um segundo em que tudo pára e você se pergunta como as coisas mudam tão de repente?
O celular tocou, era Aleschi para me dar uma notícia ruim. Perguntou se estava sentada. Estava sim, no carro, terminando de estacionar. Ia tomar um sorvete. Eram 13:30h de hoje.
E então ele disse 'Masami morreu'... e eu só vi na minha frente aquele moço magrinho, de sorriso limpo, tranquilo, pele clarinha, olhos puxadinhos, sempre com uma frase de humor ácido, mas sempre com toda boa vontade pra ajudar, sempre me enviando emails dos belos trabalhos de seus alunos.
Lembrei dele nos corredores da UESC, da casa dele lá em Sampa, onde cozinhou pra mim duas vezes, pratos leves, por conta da diabetes, com muitas saladas... me mostrou suas câmeras, suas aulas. Lembrei do quanto ficou feliz quando o apresentei Cacalo, irmão de Aleschi...
E a ficha caiu. Masami era tão jovem, Profº Eduardo Masami Kitahara cheio de iniciativa, tanto a ensinar, basta ver o blog dele...
Ainda esta semana me enviou email pedindo desculpas porque não tinha conseguido ir ver para mim o preço de uma lente 8mm, em Sampa, nas ruas por onde caminhamos em julho, quando ele me ajudou a comprar material para o meu mini-estúdio. eu quero dizer que ele tinha um jeito tão sereno, tão tranquilo. Eu quero dizer que ele era tão doce comigo, tão prestativo, tão atencioso. É um absurdo Masami morrer de overdose de açucar. Penso que comeu algo que não sabia que se transformaria em veneno para a diabetes. E não havia ninguém para lhe prestar socorro...
quero dizer que desejo o céu pra ele. Um céu de imagens lindas, de stop motions, onde Buda o receba.
Fique em paz, querido.
sábado, 19 de novembro de 2011
Choque de idéias
Sempre pensei em Arthur como minha extensão. Talvez porque ingenuamente ignore, mesmo que forçadamente, os 50% dos gens paternos que o constituem, por conta de saber que era apenas um espermatozoidizinho, tão insignificante, frente ao que tive que despreender e doar, para que ele tivesse um corpo com sangue, ossos, pele, pêlos, nervos, músculos, órgãos, todos tão lindinhos, formados em minha barriga, com os nutrientes que foram retirados de mim.
Talvez porque espírito antigo veio me avisar que voltaria para me amar, para eu amar.
Talvez porque toda mãe sonhe que filho seja pedaço dela, logo, pense como ela, seja sua extensão.
Arthur não o é! venho comprovando ao longo dos últimos oito anos nossas diferenças. Em como ao existir, e mesmo sob minha influência, é muito diverso em suas idéias.
Hoje tive mais uma prova da nossa diferença, num bobo e casual episódio de nossas vidinhas cotidianas.
Tenho um armário de cozinha em meu escritório. Cozinha pequena, mantive um dos antigos armários de metal, para guardar potes de plástico. Mas Rita, mestre da customização, já tinha dado a dica que era preciso mudar a cara do armário. E eu o fiz. Enquanto Arthur estava no computador, jogando um game. Eu cozinhava (moqueca de camarão - com pouco azeite de dendê), bebia uma cervejinha (adoro cozinhar com cerveja gelada), e customizava meu armário (com grafitagem para começar). Ao ver o que tinha feito, meu filho deu crise. Revoltado por eu ter 'pichado' o armário. E me fez prometer que vamos votar, entre amigos e parentes, o que acham do armário. Se a maioria das pessoas gostar, o armário ficará como está. Se não, eu terei que mudá-lo. Meu filho ficou muito incomodado com a 'pichação'. Fiz um vídeo no momento da crise do guri. Assista. Vote com comentários. Vai me ajudar a tomar a decisão.
Mas o mais importante foi mesmo perceber o quão diferente somos, eu e meu Arthur Frederico...
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Uma grande aventura do meu menino
Levei Arthur comigo para o 10º Cross do Conde. Tinha muitos motivos para isso: Meu pai nasceu no Conde, minha avó, bisa de Arthur, mora no Conde, todas as minhas férias quando menina, era por aquelas bandas... queria que meu pequeno conhecesse os lugares onde andei...
E foi maravilhoso para ele, poder estar comigo em um momento de aventura, com tantas emoções, como subir e descer dunas em Mangue Seco, em carros 4X4, conhecer o cenário natural do filme Tieta, ver a lua cheia na praia do Sítio do Conde, e observar os siris e os pontos de desova do projeto Tamar, tomar banho de rio e de Cachoeira. E curtindo um grupo muito legal, com quem já fiz trilha anteriormente.
Fomos com Aless, que levou também parte da sua família. Seu irmão André, com a esposa Ivana e sua linda galerinha: Matheus e Thiago de 7 anos, Felipe de 6 e a linda Mariana, que tem 2 aninhos. Foi ótimo para meu menino conviver com uma linda família, cada um dos meninos com sua personalidade, mas sempre controlados por um pai e uma mãe preocupados em criá-los com sentido de fraternidade e companheirismo.
Ao final do passeio, em Imbassaí, ouvi meu guri falando para um dos meninos que sua mãe (euzinha), sempre o levava para aventuras legais...
Bom saber que é assim que serei lembrada.
domingo, 6 de novembro de 2011
A Rocha
Ontem a minha avó Nira casou sua bisneta Janaína. E foi a cena mais linda ver minha avó, que há duas semanas estava no hospital, internada, que ficou uma semana na UTI cardíaca, ali, vestida lindamente, sentadinha aguardando a cerimônia e depois entre os noivos, vivenciando esse momento rico de emoções.
Vivo dizendo a minha avó que ela ainda tem muito o que viver (aos quase 96 anos), sempre que ela repete o discurso que Deus tá 'mangando' dela.
Eu, meus primos Nícia e Neto, todos encantados de ver vovó firme como uma rocha, sendo cumprimentada por todos como a grande dama da noite. Todos conhecem bem a vida de minha avó e como ela é dura na queda. Eu, de cá, fico só pensando nessa genética que estou herdando e nesse exemplo em que preciso me espelhar para dar conta dessa vidinha de desafios... (falando nisso, não curti nadinha da festa, pois meu Arthur pegou no sono logo após a cerimônia).
domingo, 16 de outubro de 2011
Preenchendo páginas na Festa do Livro
A Festa Literária Internacional de Cachoeira foi um presente ao Recôncavo e para mim. Fiquei apenas dois dias, mas foi um tempo que não se conta em horas... Palestras interessantes, como a que acompanhei no sábado, sobre o fetiche do livro eletrônico, com os pesquisadores Bob Stein (que estuda as publicações eletrônicas nos EUA e Inglaterra, desde os anos 80), Fábio Fernandes (escritor, roteirista e professor da PUC, que estuda novas mídias) e André Lemos (professor da UFBA, especialista em cybercultura e moderador da mesa), que deram um apanhado sobre o livro, enquanto conteúdo, desde os papiros, em rolos, passando pelo codex que resultou na materialidade do formato retangular, tomado de folhas, que conhecemos até hoje, e que, já no seu surgimento, foi uma tecnologia maravilhosa, porque as pessoas ficaram livres de enrolar pergaminhos e rolos e passaram a ter o conteúdo em páginas que podiam ser manipuladas de forma mais fácil. E nesse contexto, o ebook é apenas mais um formato. O conteúdo é o que conta. Mas claro que carregar uma pilha de livros é bem diferente que carregar um mundo de arquivos eletrônicos... Também falaram desse novo leitor, que mesmo numa tela, já pode deitar e se acomodar como quiser, trazendo seus vínculos de leitura com o livro tradicional para o ebook.
E eles não tem dúvida que a facilidade de andar por aí com uma biblioteca virtual à reboque num pendrive, vai mudar a relação que temos com os livros. Pensei logo nos meus livros de fotografia e de poesia, maravilhosos, que coleciono e uso como objetos de arte na minha sala. Livro bom não emprestamos, mas com o ebook o intercâmbio será maior. Até fiz uma intervenção quando a voz foi dada ao público. Questionei sobre essas mochilas pesadas que nossas crianças usam, cheias de livros que nos custaram o 'olhodacara!' e sobre o interesse do mercado em ebooks didáticos para nossas crianças (cada pai compra um tablet e a criança fica livre do peso) e o governo investe nos tablets ao invés de computadores monstros e ultrapassados. Talvez seja só um sonho meu, ou delírio, mas seria ótimo ver meu Arthur sem aquela mochila mais pesada que ele.
Além desses exercícios ao cérebro, a FLICA estava rica em eventos culturais. Vários stands foram montados com livros expostos, havia contadores de histórias na praça da Aclamação, e shows e festas.
Fiquei imaginando a alegria do meu poeta Damário Dacruz, seja lá em que céu ele estiver ( o dele tem sorveja e declamações)... teve uma mesa homenageando o poeta de Cachoeira. Sua essência estava na Flica e no Pouso, sempre cheio de gente bonita e momentos mágicos. Novamente pensei no quanto devemos arriscar sempre. Para isso estamos humanos.
Vi o Samba de Roda Suerdick, da linda e reconhecida Dona Dalva, patrimônio de Cachoeira e suas moças e rapazes, meninos e meninas, todos tão bonitos e talentosos. Foi um encanto!
E no Michel, meu amado polonês, que é dono do Sebo Café com Arte, que tem o melhor café com conhaque e um sandwuiche maravilhoso de ricota com tomates, assisti a um show de jazz com direito a improvisos magistrais de quem estava no local e domina instrumentos.
No sábado foi a vez do Percursivo Mundo Novo, com um trabalho de pesquisa e mixagem de dar água na boca e fazer o corpo todo remexer. Os rapazes ( e que rapazes... puro colírio!) misturam sons e efeitos de controles de videogame, ipads e sensores laser, com ritmos brasileiros e dão novas roupagens a velhas canções além de trazerem elementos percussivos instigantes ao palco.
Os tambores dos moços ressoam em nosso coração e em todas as caixas que temos pelo corpo... sentia partes vibrarem durante a apresentação e TEREZA, guitarra eletrônica do Mikael, é uma onda... sonora e espetacular. Ah, e o Mikael é um doce, super acessível, fui no camarim e conheci o moço de perto. Muito centrado no que faz, tem futuro.
E pra fechar meu sábado, vi DJ Sankofa (que sou fã desde o Fela day do ano passado, no Africanbar no Pelourinho), desta vez no Balneário. O Fela day acontece no mundo todo e é uma homenagem a Fela Kuti, um multi-instrumentista nigeriano, pioneiro da música afrobeat, ativista político e dos direitos humanos. As músicas dance com batida africana, confesso, me dá um troço por dentro que me impede de ficar só olhando... é preciso requebrar. Coisa visceral de africanidade ancestral... viemos mesmo da África.
E sabe o que ainda aconteceu na FLICA? Fiquei mais rica... reencontrei Yolanda, que não via desde que Arthur estava pequenino, há uns seis anos. E ficamos horas nos curtindo, como pessoas que se admiram se curtem, contando da vida, dos problemas e como os superamos, das alegrias e de como estamos em eterna mutação.
E a Flica me possibitou contatos maravilhosos, como o de Antonio Pastori, documentarista, que já conhecia o Oficina de Textos e comentado nosso trabalho. Estamos prevendo parcerias. E a Maria Prado, que é atriz, e adora estar inserida em projetos de audiovisuais. Também visualizei projetos com ela. E Ricardo Freitas, antes colega da UESC e agora em Salvador, na UNEB, que espero retomar a amizade. E por fim, o Fábio Fernandes... lembra, um dos moços da palestra? Pois é, em frente a um isopor de cerveja, lembrou da minha intervenção, iniciamos um papo 22h, que terminou 04 da manhã, com o tempo a menos de uma hora por conta do horário de verão, e um tempo a mais que só se acha nas boas conversas que rendem... Penso que foi um encontro de almas. Porque se sentir tão em casa como meu espírito se sentiu, conversando, dançando, traçando um cachorro quente... não é para amizades novas, é para reencontros espirituais que só esse povo de santo explica.
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