sábado, 19 de novembro de 2011

Choque de idéias

Sempre pensei em Arthur como minha extensão. Talvez porque ingenuamente ignore, mesmo que forçadamente, os 50% dos gens paternos que o constituem, por conta de saber que era apenas um espermatozoidizinho, tão insignificante, frente ao que tive que despreender e doar, para que ele tivesse um corpo com sangue, ossos, pele, pêlos, nervos, músculos, órgãos, todos tão lindinhos, formados em minha barriga, com os nutrientes que foram retirados de mim. Talvez porque espírito antigo veio me avisar que voltaria para me amar, para eu amar. Talvez porque toda mãe sonhe que filho seja pedaço dela, logo, pense como ela, seja sua extensão. Arthur não o é! venho comprovando ao longo dos últimos oito anos nossas diferenças. Em como ao existir, e mesmo sob minha influência, é muito diverso em suas idéias. Hoje tive mais uma prova da nossa diferença, num bobo e casual episódio de nossas vidinhas cotidianas. Tenho um armário de cozinha em meu escritório. Cozinha pequena, mantive um dos antigos armários de metal, para guardar potes de plástico. Mas Rita, mestre da customização, já tinha dado a dica que era preciso mudar a cara do armário. E eu o fiz. Enquanto Arthur estava no computador, jogando um game. Eu cozinhava (moqueca de camarão - com pouco azeite de dendê), bebia uma cervejinha (adoro cozinhar com cerveja gelada), e customizava meu armário (com grafitagem para começar). Ao ver o que tinha feito, meu filho deu crise. Revoltado por eu ter 'pichado' o armário. E me fez prometer que vamos votar, entre amigos e parentes, o que acham do armário. Se a maioria das pessoas gostar, o armário ficará como está. Se não, eu terei que mudá-lo. Meu filho ficou muito incomodado com a 'pichação'. Fiz um vídeo no momento da crise do guri. Assista. Vote com comentários. Vai me ajudar a tomar a decisão. Mas o mais importante foi mesmo perceber o quão diferente somos, eu e meu Arthur Frederico...

2 comentários:

Bel disse...

"Eu odiei, mãe, eu odiei!" Eu tive que rir. Voto a favor do armário pichado. Mesmo porque, o argumento da mãe tá perfeito: "A casa é da mamãe, filho".

Favuca disse...

Acho que ele se assustou com a cor preta. Tanto q quando vc perguntou s pintariam de preto ele nãããão quis. Queria apagar.
Aqui em casa também existem as diferenças, mas até quem achava que esse tipo de arte era sujeira, feia, se "destravou" após uns saraus no quintal. no primeiro a regra era pintar o 7 na parede. Daí foram pintando o 7, desenhos, versos... experimente fazer uma baguncinha dessas em sua casa um dia. Vou te enviar as fotos. bj!