quarta-feira, 24 de abril de 2013

Revendo acordos

Nas primeiras sessões de terapia resolvi falar sobre como tenho engolido sapos nos últimos anos. Sapos que ficam entalados. Simplesmente porque deixo de me comunicar. Parece uma incoerência, eu que me formei comunicadora, que dou aula em cursos de comunicação, que faço teatro, muitas vezes escolho o silêncio. E em momentos onde deveria deixar clara a minha insatisfação, me calo. A vida é feita de acordos, todo o tempo, com todos que convivemos. Mesmo quando não nos manifestamos com relação a algo, estamos estabelecendo um acordo. E o acordo do silêncio é, talvez, o mais perigoso de todos. Saber falar um 'não' na hora certa. Demonstrar insatisfação com uma atitude alheia que nos prejudicou, que nos ofendeu, que nos machucou, pode sim estabelecer os rumos saudáveis da relação com aquela pessoa. Por isso estou revendo meus acordos. E as pessoas, de maneira geral, estão estranhando. No passado dava boiadas para não entrar em briga, não entrava em conflitos, não reclamava de nada. Aprendi com minha mãe que quando um não quer, dois não brigam. Mas ela esqueceu de me dizer que muitas vezes o que não quer, apenas engole seco e cria em si mesmo um somatório de doenças e traumas, diminue a auto-estima, deixa de se impor e é explorado, deixa de requerer um direito e é usurpado, deixa de demonstrar que não está satisfeito e é enganado. Resolvi mudar esse jogo. Acredito que estou transformando o meu presente, diminuindo os incômodos diários. E nessa revisão de acordos, estou tentando tornar mais justa a minha vivência (com os bônus e ônus) de mãe, filha, irmã, ex-mulher, namorada, professora, amiga, colega de trabalho, consumidora, condômina, etc, etc...

sábado, 20 de abril de 2013

Longe de todos, perto de mim

Ontem meu amigo Gior me ligou e durante a conversa me confessou que uma vez por semana visita este Blog. Estava preocupado com meu silêncio. Eu também estava. Não que esteja faltando assunto, longe disso!!!!! Nesses meses em que não registrei nada, tive histórias interessantes para contar: conheci lugares novos, conheci pessoas legais, vi filmes maravilhosos, vi um acidente pelo retrovisor e por pouco não fui envolvida nele... Enfim, havia bem sobre o que escrever. Mas a verdade é que estive mergulhada em profundo processo de mudanças, físicas-espaciais, emocionais e psicológicas. Comecei a fazer terapia, desta vez de forma mais sistêmica e orgânica, com sessões que me levam a rever meus medos, minhas reações e estão me levando a transformações, em aspectos que eu achava que já estavam cristalizados. Descobri sim que um adulto muda, descobri em mim, mas também descobri que é preciso muita vontade, disciplina mesmo, para não se deixar repetir ações e reações que sabemos que só nos prejudicam, nos boicotam. Decidi que não quero mais jogar contra mim. Então, publicamente pedindo desculpas ao Gior e a todos que também esperavam mais deste blog, justifico o tempo em que fiquei longe dele, por conta dessa minha reaproximação interior. Ela vai me dar mais fôlego para os próximos posts.