sexta-feira, 27 de abril de 2012

No meio do caminho

Eu vivo me queixando de que estou afastada dos estudos da espiritualidade por falta de tempo, pela distância, etc... Quando morava em Cruz, com todos os defeitos que colocava na cidade, eu tinha minha casa espiritual, a Obreiros. Mas desde que vim para Salvador, também por ficar poucos dias aqui, não conseguia me achar. Nas terças, quando pude, fui a Medrado, no Cavaleiros da Luz. Mas era apenas em período de férias ou recesso. Porque as terças à noite são sempre em Cachoeira. Mas esta semana foi de mudanças e fiquei tão feliz que precisava contar. No meio do caminho, entre a minha casa e a da avó paterna de Arthur, abriu um centro, Casa Luz do Caminho. Nada mais cheio de significação... Lá fui eu ontem, acompanhada do meu pequeno, que aos 9, e tendo estado há dois anos, tempo em que efetivamente ele está em Salvador, sem ir a um centro, se queixou, questionou tempo das palestras, falou que não tem paciência, reclamou, reclamou, reclamou... Levou consigo o 'Diario de um banana- faça você mesmo' que eu dei para ele registrar seu dia a dia. Chegamos e fomos bem recebidos por todos, comprei um livro no centro, e fiquei lendo enquanto filhote escrevia, antes de começar a palestra. E quem entrou? Medrado. Ele era o palestrante convidado. Fiquei alegre, seria uma palestra diferente. Não deu outra, com muito bom humor, ele falou sobre como as pessoas costumam se comportar diante do sofrimento. Filhote chegou em casa analisando o que tinha ouvido, percebeu como foi divertida a palestra mas aprendeu com ela, tanto que colocou em seu diário. Pronto, estamos no caminho outra vez, e noite ganhou outro sabor para mim.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Como achar bate-papo na internet?

Vida corrida, viagens de lá para cá envolvendo Salvador, Cruz, Cachoeira e uma mulher que não tem sábados e domingos para cuidar de si... o que sobra?
alternativas estranhas de diversão. E lá vou eu para salas de bate-papo depois das 21h. Com um olhar de mulher solteira e também com o olhar de eterna pesquisadora em comunicação (e psicologia).
Trocentos anos de internet e total ignorância de como a coisa funciona, analfabeta mesmo em teclar com gente que está do outro lado... seres cheios de máscaras, usando nicks estranhos e intenções mais complicadas ainda.
A primeira vez fui direto para uma sala de bate papo com temática religiosa, especificamente para espíritas. Não sei, mas tenho a impressão que se a terra tem umbral, lá é uma filial. Gente com os nicks mais provocadores impossível: 'Lúcifer', 'odeioevangelico', 'kardec' e outras coisas do tipo... ou pior 'anjinha', 'almasexy', e mais alguns com webcam e nicks de deixar atriz pornô com vergonha.
Vi que o papo visível a todos era um debate sobre como 'a fé é uma balela', entre um internauta com nick que desdenhava da doutrina e um outro que devia ser um espírita mesmo, atuando para melhorar a energia da sala.
Não me senti capaz de ajudar o companheiro, porque o clima era estranho. Pesado. E era na virtualidade, imagine!
Saí em busca de novos horizontes e fui procurar região, cidades. Bahia, Salvador... por idade. 30 a 40 anos.
Usei o nick: Mespirita.
Assim que entrei, que loucura. Um monte de convites para conversar (reservadamente), que eu nem sabia que existia. Reservadamente, claro, os outros que estão na sala não lêem a conversa.
O pior foi o tipo de abordagem e os nicks que chamavam para conversar... casais querendo apimentar a relação com uma M(mulher) qualquer, homens em busca de se exibir em webcam ou convites para ir a salas reservadas (que também permite uso de microfones e webcam) e gays, para saber se eu era mulher e gostava de mulher ou se era um gay usando um nick feminino. E nisso tudo o pior, muito erro grosseiro de ortografia (não era problema de digitação) e uso constante do tiopês (essa linguagem em código que simplifica ao limite do incoerente o nosso português na internet).
Enfim... um susto. Pensei que não havia bate papo saudável nestes ambientes virtuais. Saí da sala e pensei em desistir.
Dias depois, na mesma rotina complicada, lá fui eu de novo. Dessa vez, entrei com outro nick. MprocuraHintelig... que diferença... os convites sexuais foram raros, gente maluca foi refreada como que por mágica.
E claro, bem menos convites para teclar. Mas a boa surpresa foi que dos poucos convites, duas conversas interessantes.
Outro caminho foi me inscrever num site de relacionamentos. Sempre me disseram que é preciso muito cuidado nesses tipos de sites, que tem muita gente aplicando golpes. Que quem tem sex apeal, charme e inteligência não precisa ficar em sites para tentar encontrar companhia. É só cair no mundo...
Mas que mundo, minha gente? cadê tempo pra mim?????

Mas enfim, entre rótulos e pré-conceitos, que eu tinha, fiquei sabendo de uma amiga que entrou em um e conheceu uma pessoa maravilhosa e estão juntos há mais de um ano.

Então, eu não era caso perdido. Entrei e fui fazer o perfil. Pensava que era preciso colocar algo que descartasse quem estava ali para ficar caçando sexo fácil e papo bobo.
Tasquei a questão da evolução espiritual como prioridade para o parceiro que buscava. Isso deve ter espantado um monte de gente.

E eu considero que deu certo, porque recebi em um mês não mais que 15 emails. Pessoas que pareciam efetivamente buscar evolução a partir de uma relação afetiva.
Também fui muito verdadeira. Não menti, não omiti. Mas claro, nada de dar nome verdadeiro nem email. E as fotos do perfil, só de longe, de óculos, para dar uma idéia de como sou.
Vi que cerca de 120 pessoas viram meu perfil em um mês. E dos 15 emails recebidos, respondi uns seis. Vingaram tres amizades virtuais em que troquei emails e falamos da vida. Um deles com msn. Mas um deles deu vontade de querer ver e encontrar. Trocamos emails por duas semanas inteiras, com introdução de telefone no meio da segunda semana. E aí parecia que eu estava em uma relação virtual. Com aquela expectativa boa de quem vai encontrar ou falar com alguém especial.

Como sou meio sistemática mesmo, e trabalho meu emocional com uma coisa por vez, eu investi no moço e parei de responder aos emails que chegavam no site. O que quer que estivesse desenrolando, continuou enrolado com um enorme laço, para que eu pudesse ver até onde a nossa história virtual nos levaria. Até retirei as fotos do meu perfil.

Independente do que aconteça este post é para dizer que fico boba com essa tecnologia e do uso que ela nos permite. A experiência que tive considero muito 'personalizada'. Permitiu um divã de recordações, análises, me proporcionou falar de coisas que eu pouco falo por aí, foi um desabafo estas últimas semanas por email para um desconhecido, que aos poucos se tornou íntimo, antes mesmo de vê-lo de perto. Acho que economizei no analista (rs).

E para ele também representei tudo isso, ainda que ele tivesse uma vivência de anos em sites de relacionamento, pois já namorou por anos, pessoas que conheceu no virtual.
Que esta vida virtual gere bons resultados no real, é o que espero.