Estou eu no restaurante Cabana do Pai Thomás, que vale um post à parte, pela beleza estética que traz ao conceito de comer em lugares mágicos e cheios de arte, em Cachoeira, ontem, um dia antes da abertura da Flica 2015. Já estava encantada em conhecer o restaurante e nem esperava muito mais da minha noite, quando vejo um grupo e no meio dele, alguém que fez meu coração bater com muita alegria. Antonio estava em Cachoeira. Só então lembrei que Antonio era um dos homenageados da FLICA
Desde 2009 não o via. O último encontro, meio atropelado pelo local, foi em um bate-papo oficial na Bienal do Livro, no Centro de Convenções. Foram apanas alguns minutos de conversa, comprei um livro, ganhei autógrafo e fui embora, sem saber dele direito.
Antonio é um homem famoso, vivido, cheio de prêmios, cheio de talento. Qualquer minuto de sua boa conversa é sempre um presente.
Mas estou escrevendo aqui sobre um outro Antonio, que conheci nos bastidores.
Um senhor alegre, generoso, e extremamente humano e atencioso.
Conheci Antonio em Juazeiro. Era repórter da TV Norte (hoje TV São Francisco). Tinha um amigo no Rio e ele viria a Juazeiro para acompanhar uma equipe com pesquisadores para montar uma mini-série da Globo Rio. Perguntou se eu poderia ajudar. Claro, adoro produção, mesmo que seja nos bastidores.
Eu entrei em contato com historiadores, com o Museu do Velho Chico, com pessoas que detinham a história oral de Juazeiro e me prontifiquei a acompanhar a equipe.
E foi uma festa que durou dois dias inteirinhos, com direito a muito riso, conversas de boteco, almoços e jantares regados a uma cachacinha de primeira e muitas, muitas histórias que me fizeram viajar para imaginações criativas.
Na equipe, José Alvarenga Júnior, que já dirigia bons programas e depois criou os Normais. O Doc Comparato, que eu já conhecia de livros e me falou de roteiros e de vida. Ele me deu seu cartão mas confesso que eu não tinha pretensão de virar professora e por isso não mantive o contato. Que ironia, pois acabei professora de roteiro na UESC.
E por fim, Antonio Torres. Com quem conversei por horas, ganhei livros, endereço e iniciei uma amizade por carta. Foram várias.
Depois veio mudanças de cidade, Mestrado, Arthur, UFRB e eu atolada, acabei parando de escrever. Que triste eu ter deixado de alimentar aquela atenção de Antonio.
O homem das letras, do mundo, é um senhor muito generoso. Ele me abraçou em Cachoeira, tornou a me dar seu cartão, falou para escrever...
E eu de cá, escrevo em Blogs, Antonio, sem muito tempo e coragem para ir às cartas... mas feliz da vida de novamente abraçar você. Eu, que decoro a casa com livros, tenho um canto só para as obras de Antonio que carrego comigo...
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