terça-feira, 20 de março de 2012

Quando o inferno é aqui...

Queria saber desse descompasso entre o que somos e o como estamos. Sou equilíbrio, sei das provas e expiações terrenas, mas também sou desequilíbrio, porque se perfeita fosse, não estaria encarnada. Tenho descoberto em mim, personalidades diversas. E isso me coloca em situações de análise, de um ser em mutação constante. Essa pessoa que fica por vezes deprimida, que acha a vida um saco, que se coloca na caverna por dias, é a mesma que passa períodos de euforia, que tem uma sede imensa por viver e que tem sentido intensamente o fato de estar na carne, viva, emotiva, sensitiva. Essa pessoa birrenta, que se prende a detalhes, que não muda uma única coisa do lugar, é a mesma que ri de tudo, vive de bom humor, e leva a vida na esportiva. Essa pessoa que crê na reencarnação, crê no espiritual, na essência do homem, é a mesma que acha que o mundo vai acabar, que o homem não merece o planeta e que os ETs existem. Essa pessoa careta e moralista, que não se permite 'ficar', é a mesma liberal que fantasia dominações, que é autoritária na cama e acha interessante sexo tântrico. É, eu sou o meu contraditório. E não preciso de julgamentos, nem de fofocas a meu respeito. Não escondo o jogo.
Sou um livro, cheio de episódios engraçados, trechos sinistros, cheio de páginas de auto-ajuda, cheios de capítulos densos de boas energias, e rodapés sujos. Sou humana e meu inferno é aqui.

4 comentários:

Bel disse...

Eu só não concordo com as quatro últimas palavras. No mais... somos todas assim, diversas, de fases... como a lua, lembra?
Te amo!

Emerson disse...

O melhor lugar do mundo é aqui, e agora...

Maiane Matos disse...

O nosso inferno e o nosso paraíso moram dentro de nós, por isso o inferno é "aqui". Essas páginas que você descreveu são páginas singulares, são elas que te colocam em sintonia com os mundos. E você os entende, por mais "sinistros" que sejam. Somos assim e devemos ser gratos porque diante de tanta complicação vemos no "final" que tudo não passou de uma simples prova da existência carnal...

Renan Fernandes disse...

Somos intensos e sempre mutaveis! Fato!