Meditações, impressões da vida, memórias revisitadas, crônicas fotográficas, muito blá blá blá... É só para deixar registrado o que penso do mundo (antes que eu morra e não conte, ou mostre, nada a ninguém).
segunda-feira, 26 de março de 2012
Saco de Batatas
Depois que descobri a tal condromalácia, em 2011, eu não tinha me aventurado ainda em uma trilha à pé. Mas o fiz neste último final de semana. E foi um episódio cheio de sentimentos conflitantes. Ao mesmo tempo em que me sentia uma saco de batatas, também me sentia uma guerreira. Quem vê meus joelhos não imagina o quanto é chata essa degeneração da condromalácia.
Fiz a trilha da Cachoeira do Buracão, em Ibicoara, na Chapada Diamantina.
Quando eu tinha cartilagens completas e nenhuma dor nos joelhos, chamaria a trilha do Buracão de trilha leve.
Para quem já foi na Cachoeira da Fumaça em Pindobaçu (3 horas de caminhada subindo), já ficou horas perambulando com os espeleólogos nas cavernas Toca da Barriguda e da Boa Vista, em Campo Formoso (trechos que precisam ser de joelhos ou se arrastando), já fez rapel em Sobradinho (BA/PE) e na plataforma da árvore da RPPN Serra do Teimoso em Jussari (BA), que exigiam subidas íngremes, e já atravessou as encostas de Itacaré depois da última praia até a caverna do diabo, a trilha do buracão seria fichinha.
Mas depois de um diagnóstico de perda de cartilagens, edemas e dores muito chatas nos joelhos, com o inconveniente de não suportar o peso do próprio corpo, e reposição de um líquido que imita o sinuvial, a trilha pareceu o caminho de um pecador.
Se não fossem os anjos de minha guarda, aquele que tá no céu, que me deu forças, e os da terra (Jorge, nosso guia de Ibicoara), meus amigos Marcos e Moacyr e o carioca Vinicius, que achamos no caminho, para nossa sorte e que foi super solidário, eu não teria dado conta.
Essa foi uma vitória. Chegar ao final da trilha e tomar banho na Cachoeira. Mas senti também o gosto amargo de quem faz algo que gosta pela última vez.
Sei que não vai ser possível ficar me aventurando por aí, confiando na solidariedade alheia. E pior, depois sentindo o joelho me incomodando, avisando que exagerei.
Ah, saco de batatas, porque a galera teve que me levantar ou me aparar algumas vezes...
Com fotos minhas e de Moacyr Serafim.
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2 comentários:
Recomendando: Condroitina e acupuntura!
Meu diagnóstico de Condromalácia Patelar já ia em Grau II, e depois da acupuntura, estou que nem lembro que tenho joelho!!!
Melhore, amiga!
Oi Ale,
Você foi uma aventureira de primeira, e nem "saco" e nem tão batata assim. (rs). Foi muito bom encontrar uma pessoa tão alegre e destemida como você no meu ultimo dia de viajem. Aliás, todos vocês. Bom! podemos nos encontrar para um down hill de carrinhos de rolimã (não sei como se chama ai na Bahia), que acha? pura adrenalina e sem esforço nos joelhos. Não sei sobre os ETs (fora meu sobrinho) mais foi muito bom ser abduzidos por vocês.
Bjs, e até uma próxima.
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