Eu acreditei. Tanto, tanto. Meu primeiro voto. Paralamas cantou e eu acreditei, era preciso mudar o Congresso.
Eu o entrevistei quatro vezes, e ele ainda não era presidente, era um homem com discurso forte, contra corrupção, pela democracia, pelo direito de expressão de todos.
Tenho foto. Tenho autógrafo.
Tive tanto orgulho desse país quando ele venceu o medo. E comemorei muito uma nova fase na Educação, quando vi a Bahia ganhar novas universidades federais, depois de um reinado de 60 anos de uma única UFBA, exclusiva, para elite que podia estudar só durante o dia. Fui ser UFRB com tanta paixão. Trabalhei dobrado em nome do sonho.
Depois achei estranho os escândalos e a fala 'não sei e não vi', daquele que eu achava que era honesto acima de tudo. Vi abraçado a homens que eu tinha nojo, dialogando com Sarnei, Collor, e cia. ilimitada. Não o vi fazer as reformas necessárias. Vi aumento de impostos. Vi meu salário diminuindo. Vi a educação continuar sendo relegada de verdade, sem mudanças de base. Vi projetos importantes engavetados. Vi a criminalidade crescendo, vi um Congresso, onde ele tinha maioria, ignorar leis que precisavam ser criadas, aprovadas. Vi a opinião pública dar a ele quase 80% de aprovação e nem assim ele cortou o que havia de errado. Vi os escândalos continuarem e ele continuar no discurso, 'não vi, não sei'...
Vi gente séria acusá-lo e chegou uma hora, também no meu estado, na Bahia, em que vi o PT agir errado. As universidades estaduais nunca foram tão mal geridas como no governo petista da Bahia. Então botei meu rabo entre as pernas e joguei a toalha. O sonho acabou.
Não votei para prefeito do PT em 2012.
E em 2014, votei Marina, depois, no segundo turno, eu anulei meu voto, sob um olhar estarrecido do meu filho. Abri mão de escolher.
Mas nada disso me preocupava. Não dava para acreditar em nenhum deles, dos que se candidatavam a me representar.
Senhora Dilma e senhor Aécio não me representam. Nem antes, nem agora.
PT, PMDB ou PSDB, não me representam, então, não me resta outra coisa, senão aguardar os rumos.
Mas fico preocupada em ver um país tão apaixonadamente dividido.
Como se a racionalidade, bem maior em uma situação como esta, deixasse de existir, em nome dos EGOS inflados de cidadãos que se acham donos da verdade.
E mais, acreditam em uma imprensa manipuladora. Que quer mudanças aos trancos e barrancos. Em favor de uma troca de situação benéfica para quem?
A saída de Dilma vai mudar os rumos das investigações? aqueles que roubaram sempre e muito, e antes, vão ser investigados também?
O PT herdou uma maneira nefasta de governar e de se manter, fez crescer o que já existia de errado.
Eu quero punição para todos. Não apenas para Dilma e Lula, mas para cada um dos representantes do executivo e do legislativo que não apenas roubou para seus partidos mas também enriqueceu com dinheiro de empresas que querem se manter nos negócios e negociatas.
E se é possível um juiz agir fora da justiça, que o faça para todos, não apenas para um lado da balança. Há muitos escândalos engavetados. Passem à limpo esse Brasil. A hora é agora. A opinião pública quer a lavagem de roupa suja às claras, toda, completa. Mesmo que nos custe a dignidade enquanto cidadão de um planeta em regeneração, onde já há alguns países caminhando sem essa doença cruel que é a corrupção. Fica visível nosso estado pouco evoluído, mas e daí? a hora é de dar exemplo aos mais novos.
Temos coragem para mudar, mas mudar de verdade. Novas leis, punibilidade mais séria, justiça e democracia integral para todos.
Um comentário:
A diferença entre nós é que eu nunca o entrevistei, não tenho foto nem autógrafo.
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