Ontem fui exercer meu direito (dever) de votar. Pelo voto, eu, cidadã comum, que paga impostos e recebe (?) o resultado da aplicação desses recursos pelo estado (segurança? educação? saúde?), emite uma opinião na escolha do próximo gestor do dinheiro público e dos rumos do país nas políticas públicas.
Desde que iniciei minha vida como eleitora eu nunca deixei de votar, exceto em uma única eleição na qual justifiquei por estar em viagem. Meu título pertenceu ao estado da Bahia e do Mato Grosso do Sul. Na Bahia ele já esteve em três cidades. Então eu sempre cumpri com meu dever, e encarei como um direito meu, poder opinar.
Nesta etapa de ontem, com Arthur por perto, ele que acompanhou eu marinar, esteve comigo na urna, observando este exercício cidadão, e viu ontem eu clicar 17. 17, número do meu dia de aniversário. 17 que somado dá 8, o número do infinito, porque naquele momento eu desejei que, quem ganhasse, tivesse sabedoria, ética, postura crítica, compromisso e coragem para mudar de verdade esse Brasil. E logo depois que o 17 foi digitado apareceu 'voto anulado, confirma?' e aos olhos arregalados daquele menino, eu confirmei.
Ele sabia que não podia conversar mas assim que saímos da sala de votação, ele me questionou e falei para ele de coerência para comigo, de verdade para comigo. Eu não confio em nenhuma das duas propostas que estavam em jogo e falei que eu não me sentia com vontade de opinar. Fiz meu dever: fui à urna, recebi meu comprovante. Mas abri mão do meu direito, porque ali não me senti representada.
Ele me olhou e disse: é mamãe, precisamos mesmo ser verdadeiros com a gente.
Um comentário:
Certíssima, você. Eu não tive essa coragem, apesar do desejo. Na sexta-feira fui "pressionada oficialmente" a votar em Dilma, e, só por exercer meu direito de "não obedecer pura e simplesmente" e não ceder à pressão, votei no 45.
Enfim, respeitemos a democracia, ainda que a vitória da eleita não represente a vontade da maioria dos brasileiros, considerando-se os votos nulos e em branco, mesmo sem as abstenções.
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