Eu descobri um mercadinho cá em Braga, especializado em alimentos para brasileiros, então achei pertinente contar algumas curiosidades, descobertas e necessidades que uma brazuca, uma brasileira como eu, sente cá em Portugal.
Quando eu cheguei eu me encantei com os super mercados portugueses. A variedade de frutas, tipo exportação, que no Brasil se paga muito caro, aqui é comum. Em todos os supermercados, nas quitandas, você não vê uma fruta velha, amassada. Tudo é sempre muito bonito.
E os preços? parecidos com os do Brasil. Aqui eu pago o equivalente a 4 reais por um quilo de banana. A banana vem da ilha da madeira ou da costa rica.
Mas pago também o equivalente a 4 reais por meio quilo de cerejas, na primavera. Meu Deus! Nunca comi tanta cereja em minha vida. Cereja no Brasil é fruta muito cara, eu comia um pouquinho, contadinhas as cerejinhas, quando achava em promoção.
Maçã aqui é o mesmo preço e pera é bem mais barata do que no Brasil. É aquela pera pequena, portuguesa, deliciosa. Também a uva, de vários tipos e tamanhos, compro barato aqui. Portugal produz muito vinho, tem muitas plantações de parreiras de espécies variadas. Há uma uva bem pretinha e pequena que é um néctar. Deliciosa e baratinha.
Aqui, caro é um mamão. Nunca comi mamão desde que aqui estou. Paguei o equivalente a dez reais por um pedaço de melancia, porque estava com muito desejo, eu adoro melancia e creia, a melancia que comprei estava ruim. Não é igual a nossa.
Paguei o equivalente a seis reais por um pedaço pequeno de abóbora para fazer uma sopa. Porque eu também adoro sopa de abóbora.
Paguei o equivalente a 8 reais por duas bananas da terra, que cá se chama banana de fritar, e só tem em um mercado. E creia, a banana que eu comprei, estava verde e ficou verde a vida toda, não madurou, foi ficando podre e eu querendo aproveitar, cozinhei e nada de amolecer. Perdi meus dois euros e pouco.
Bom, eu sou apaixonada por cuscuz. Então eu trouxe na minha mala um pacote de farinha para cuscuz. Quando acabou, lá fui eu procurar, e achei uma massa de cuscuz marroquino, 500 gramas custam o equivalente a 9 reais.
Caroooo, mas é o custo de ter saudade.
Carne de charque e carne do sol, eu nunca vi. Meu feijão cá tem bacon e linguicinha. E só.
Compro meu feijão em lata, cozido e sem tempero, e aí eu coloco bastante alho e cebola. Fica comível.
Mas Portugal me conquistou pela padaria. Os pães daqui são maravilhosos e baratos.
Compro sempre uma baquete rústica, linda, que custa o equivalente e a 1 real e cinquenta.
Os Croissants, fofos, deliciosos, cada um custa o equivalente a um real.
Há uns brasileiros que já descobriram que vender comida do Brasil dá dinheiro. Descobri um mercadinho que tem café, cocadinhas, paçoquinha, tem goiabada cascão, tem massa para pão de queijo, tem farinha de tapioca. É um paraíso.
Tem um supermercado chique que vende muita coisa interessante. Caro mas se acha até polpa de frutas do Brasil. Hum!!!!
Eu tenho uma conhecida que vende uma quentinha com vatapá e moqueca, ela traz do Brasil bastante camarão defumado e azeite de dendê. Ela é carioca, mas morou muitos anos na Bahia, daí ela cozinha, com aquele jeitinho que só uma baiana de alma tem, e ela vende uma porção de moqueca de algum peixe daqui, com alguns camarões e uma porção de vatapá, maravilhosa a comida. A porção dá para comer duas pessoas. Ela cobra o equivalente a 36 reais cada porção. Eu comprei e fiquei comendo de pouquinho.
Comia quase chorando de tanta emoção! Foi tão bom.
No custo da saudade, eu queria mesmo era um acarajé e beber uma água de coco. Comida é mesmo um carinho para alma. Eu acabei descobrindo muitos lugares com comidas brasileiras nesta terra lusitana, e confesso que é através da nossa comidinha brasileira que eu mato boa parte da minha saudade.
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