Esta foi a frase que meu filho exclamou ao participar de uma etapa da seleção para estudar no Colégio Militar de Salvador, do Exército Brasileiro. A sensação que meu pequeno teve eu também tive, ao ficar aguardando por ele, na área interna da instituição. A quantidade de inscritos, o número de vagas e a percepção da importância daquela seleção me fizeram analisar o processo sob diversos ângulos.
No site da instituição, o número oficial de inscritos foi 1.295 para 30 vagas. A quantidade de pais aguardando os filhos fazerem a prova de matemática, dessa primeira etapa, era enorme! Penso que não houve muitas desistências, já que quantidade de crianças que foram terminando a prova, realmente demonstraram que eram muitas, naquele processo seletivo.
Fiquei conversando com um engenheiro elétrico, formado na UFBA, cuja esposa era professora universitária como eu, e também com uma senhora cuja filha, de 9 anos, estava tentando pela primeira vez, e de acordo com ela, a menina tentaria nos próximos dois anos caso não passasse agora.
Antes de conversar com eles, ouvi algumas conversas por onde passei e o teor era sempre o mesmo: Pais buscando reduzir custos com educação, que acreditavam que ali o filho estudaria em local com disciplina (aliás foi o que mais escutei) e que receberia conteúdo de verdade, e que ao final teria condições de adentrar uma universidade de qualidade quando o ensino fundamental e médio acabassem.
Tudo ali me remetia a uma série de pensamentos: o quanto estamos carentes de boas escolas; o quanto estamos tentando resgatar conceitos de limite e disciplina; o quanto estamos sedentos por educação de nossas crianças com preço justo. Muitos pais tem feito sacrifícios para manter filhos em escolas particulares, independente de quanto custam, o fato é que todo mundo tem fugido o quanto pode do ensino público comum.
Ouvi gente relatando que seus filhos tinham feito cursos preparatórios de meses para aquela seleção.
Meu filhote também recebeu reforço. Nos últimos três meses recebeu aulas extras de matemática.
Algumas vezes sentei com ele para fazer simulados dos testes dos anos anteriores. Provas cheias de pegadinhas, que exigiam concentração, interpretação e lógica.
Meu menino da geração 'tudo-ao-mesmo-tempo-aqui-e-agora' demonstrava pouco foco, concentração e tudo muito no sentimento 'obrigação'. Mas a escolha foi dele, já que é escoteiro há um ano e penso que o militarismo o atraiu.
Claro que, como pais em busca desse custo/benefício já atestado acima, nós o incentivamos, mas deixamos claro que nada mudaria caso não passasse, pois escola de qualidade é uma das prerrogativas para quem só tem um único filho e conseguiu um padrão mediano de qualidade de vida pelo estudo, como eu e o pai dele.
Pois bem, de tudo o que ensinamos nesse processo, muito me surpreendeu o quanto ele foi responsável e conseguiu administrar bem o tempo da prova. Finalizou tudo às 11h da manhã, com duas horas de prova (eram até três horas), mas permaneceu na sala, porque queria a prova e os rascunhos e só quem ficasse até o final teria esse direito. Às 9:45h muitas crianças já haviam entregue a prova e desciam para o pátio.
Trouxe a prova e consigo a possibilidade de conferirmos assim que o gabarito fosse divulgado. Eram 13h quando abrimos o site e toda a esperança dele se diluiu... não conseguiu acertar 50% da prova, para ir para a segunda etapa, a de Língua Portuguesa. Ficou triste em um primeiro momento, depois pareceu relaxar.
Sei que a vida do meu menino vai continuar a mesma. Mas fiquei com uma sensação de que ele perdeu muito por não conseguir entrar naquela instituição. Mas sei que a peneira foi enorme. E depois de ver a prova, percebi que interpretação, lógica e foco foram o que realmente eliminaram meu filho... não a matemática.
Sei ainda que quem perde mesmo é a sociedade brasileira, ao termos tão poucas opções de ter um ensino de qualidade para todos, com respeito institucional, já que escola virou palco de problemas e violência.
Ouvi gente relatando que seus filhos tinham feito cursos preparatórios de meses para aquela seleção.
Meu filhote também recebeu reforço. Nos últimos três meses recebeu aulas extras de matemática.
Algumas vezes sentei com ele para fazer simulados dos testes dos anos anteriores. Provas cheias de pegadinhas, que exigiam concentração, interpretação e lógica.
Meu menino da geração 'tudo-ao-mesmo-tempo-aqui-e-agora' demonstrava pouco foco, concentração e tudo muito no sentimento 'obrigação'. Mas a escolha foi dele, já que é escoteiro há um ano e penso que o militarismo o atraiu.
Claro que, como pais em busca desse custo/benefício já atestado acima, nós o incentivamos, mas deixamos claro que nada mudaria caso não passasse, pois escola de qualidade é uma das prerrogativas para quem só tem um único filho e conseguiu um padrão mediano de qualidade de vida pelo estudo, como eu e o pai dele.
Pois bem, de tudo o que ensinamos nesse processo, muito me surpreendeu o quanto ele foi responsável e conseguiu administrar bem o tempo da prova. Finalizou tudo às 11h da manhã, com duas horas de prova (eram até três horas), mas permaneceu na sala, porque queria a prova e os rascunhos e só quem ficasse até o final teria esse direito. Às 9:45h muitas crianças já haviam entregue a prova e desciam para o pátio.
Trouxe a prova e consigo a possibilidade de conferirmos assim que o gabarito fosse divulgado. Eram 13h quando abrimos o site e toda a esperança dele se diluiu... não conseguiu acertar 50% da prova, para ir para a segunda etapa, a de Língua Portuguesa. Ficou triste em um primeiro momento, depois pareceu relaxar.
Sei que a vida do meu menino vai continuar a mesma. Mas fiquei com uma sensação de que ele perdeu muito por não conseguir entrar naquela instituição. Mas sei que a peneira foi enorme. E depois de ver a prova, percebi que interpretação, lógica e foco foram o que realmente eliminaram meu filho... não a matemática.
Sei ainda que quem perde mesmo é a sociedade brasileira, ao termos tão poucas opções de ter um ensino de qualidade para todos, com respeito institucional, já que escola virou palco de problemas e violência.
Um comentário:
Pois então fia. É um grande desafio, a luta pela educação pública de qualidade.
A luta deve ser de todos.
bjs
Marcelo
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