segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Mãos à obra!!!

Minha primeira casa própria, eu tinha 26 anos. Planejei e reformei quase toda, aproveitando espaços que nem se imaginava. Era uma casa com mais de 40 anos que nunca tinha passado por uma reforma tão radical. Quem gostou foi quem a comprou de mim. A segunda casa, onde hoje mora a minha mãe, apesar de ter tido engenheiro e arquiteto responsáveis, fui alterando, ampliando. A terceira, de Cruz das Almas, comprei usada, já bem arrumadinha, mas criei um quarto novo com uma suíte e uma área de serviço super funcionais. Quando vendi, quatro anos depois, não tirei o investimento que fiz nas reformas, mas a casa tinha outro conforto. O ap de Vila Laura fiz uma reforminha pequena, mas dei outra cara ao imóvel, e foi tão fácil vender. A de Stella, que era mal dividida, com cozinha quase na sala, mudei tudo de lugar, fiz cozinha nova e a moça que comprou, adorou a casa. Agora, o ap da Barra, como de costume, lá vem obras... o negócio é ficar mais confortável, ainda que para isso eu leve boa parte do tempo no desconforto das pequenas obras. Já que com salário de professora não consigo fazer tudo de vez. Há duas semanas estou às voltas com pedreiro. Alterando pra começar, dependências de empregada, coisa já extinta em minha vida, transformando em um quarto pequeno com suíte, bem interessante, porque ainda fiz um pequeno mezanino para colocar coisas que uso pouco, já que tenho um pé direito de 3m (alegrias de apartamento antigo). Também enfiei o dedo na área de serviço e está se transformando em um ambiente alternativo, uma extensão da cozinha, com armários e uma segunda pia. E como esse ap é velho e precisa de quase tudo novo, lá vou eu exercitando o que mais gosto: mudar e alterar o ambiente, deixando-o com meu estilo. Mais dindin emprestado e estou projetando alguns armário e vou transformar também a cozinha, além de modernizar a instalação elétrica dessa região da casa. Apesar de estar acampada em minha casa, eu fico muito realizada ao ver tudo ganhando cara nova, tudo mais limpo, penso que vai ficar lindo. Dá gosto casa ficando do meu jeito. Eu queria era ter 20 anos novamente para fazer arquitetura (rs)...

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Um calçadão de novas expectativas

] Tradição, história, beleza paisagística e geografia privilegiada Com localização peculiar, a Barra fica na ponta da península que é a cidade de Salvador, e a depender de onde se está na orla é possível ver o sol nascer e se pôr no mar. Águas calmas e correntes marítimas que agem levando a sujeira, fazem as praias do Porto e do Farol muito atrativas para banhistas durante todos os dias da semana. O bairro é destino quase obrigatório dos turistas.
Registros antigos de uma charmosa localidade Antiga, a localidade da Barra nasceu no início da colonização do território brasileiro, quando Dom João III doou a capitania hereditária da Baía de Todos os Santos ao donatário Francisco Pereira Coutinho. Com quase todo o litoral cercado por recifes, a Barra era um dos poucos pontos de desembarque seguro para pequenas embarcações. Com a forma de uma pequena baía, o porto foi escolhido pelo donatário Pereira Coutinho para fundar a Vila da Capitania da Bahia. Ele se instalou nas imediações, onde hoje se situa a Ladeira da Barra, em 1534, fundando o Arraial do Pereira. Foi no atual Porto da Barra, que o governador-geral Tomé de Sousa desembarcou com seus homens e fundou a cidade de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, no ano de 1549. A cidade cresceu, mas o bairro da Barra era como um subúrbio, depois se tornou um balneário marítimo e na primeira metade do século XX, após a transformação do Caminho do Conselho na Avenida Sete, se inicia o processo de consolidação como bairro importante. Em 1942, foi construído o Edifício Oceania, marco da arquitetura moderna e o bairro recebeu, durante o século XX, um considerável número de imigrantes. Em meados dos anos 80, a Barra começa a fazer parte do circuito de uma das maiores festas de rua do mundo, o carnaval de Salvador.
Do glamour e da decadência Nos últimos anos do século 20 e início do século 21, apesar dos investimentos em shopping, em edifícios caros e a valorização de algumas áreas do bairro, como o Morro do Gato e a região do Jardim Apipema, a Barra foi entrando em decadência, com um número cada vez maior de prédios antigos sem manutenção, uma orla esquecida, mal cuidada e com balaústre desgastado, além do descaso com a limpeza e a estética dos monumentos históricos. Tudo isso, somado ao fato de ter belas praias e ser de fácil acesso, fez da localidade um ponto de moradores de rua, pedintes, que exploravam o grande número de turistas e visitantes. Agora, depois de anos sem qualquer tipo de investimento em infraestrutura, o governo municipal está colocando em ação um projeto de orla, com calçadão e prioridade para o lazer. O fato está gerando muitas expectativas. A comerciária Luciene Souza, 43 anos, moradora da barra, sempre traz seu cachorrinho de estimação para passear na região do Farol. Para ela, apenas obras não adiantam: “não é só infra-estrutura física que precisa melhorar, mas todos os cuidados com segurança”.
Mãos à obra até a copa Novo paisagismo, mais iluminação, implantação de calçadão usando toda a largura da rua, com dutos subterrâneos, definição de espaço para a prática do ciclismo e caminhada, piso tátil para pessoas com deficiências, rampas de acesso à praia, quiosques para informações turísticas e para comércio de coco e acarajé, sanitários públicos, posto salva-vidas, entre outras intervenções. A primeira etapa das obras está prevista para ficar pronta até junho de 2014 e custará R$ 57 milhões, com recursos do governo federal, através do Prodetur, e da Prefeitura. O público poderá conhecer de perto como vai ficar a estrutura da Barra, através de protótipo do projeto que será instalado em um espaço de 50 metros de extensão na Avenida Oceânica, nas proximidades da Rua Dias D’Ávila. Há também um Centro de Informações, localizado ao lado do Forte Santo Maria. Apesar da previsão de entrega da obra ser em junho, a prefeitura garante que o circuito que começa na Barra e segue até a Ondina, o ‘Osmar’ estará com cara nova no Carnaval e não sofrerá alterações. O calçadão não será totalmente intransitável para carros, mas apenas veículos autorizados vão poder trafegar na área reformada. Segundo a Odebrecht, responsável pelas obras, o piso utilizado tem o conceito de ‘espaços compartilhados’, que suportam peso mas tem cara de calçadão. Nesse modelo, que existe em cidades dos EUA e da Europa, pedestres dividem o espaço público com veículos, bicicletas e equipamentos públicos. A velocidade dos veículos nessas vias será mínima, de apenas 20 quilômetros por hora. Segundo a prefeitura, parte da Barra vai se tornar um parque urbano, onde a orla, revitalizada, passa a ser um bem público, que pode ser usado por aqueles que querem passear, fazer caminhadas, andar de skate, bicicletas e onde veículos deixam de ser prioridade. A professora aposentada Marilene Silva, 67 anos, que mora em Itabuna mas sempre vem visitar uma filha que mora na Barra, acredita que para os idosos que gostam de se exercitar, a Barra vai se tornar o bairro ideal.
Fontes • TAVARES, Luis Henrique Dias, Editora Ática, História da Bahia, Sétima Edição, 1979. • RISÉRIO, Antônio, Versal Editores, Uma história da cidade da Bahia, 2003. • Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Salvador.

Projetos que renovam a vida

Em uma dessas coincidências da vida, a minha nova morada era de uma jornalista. Aposentada, depois de dois avc's, ela estava se desfazendo de bens muito preciosos, o apartamento em que morou 17 anos e um jornal que escreveu e editou por 16 anos. Trocamos muitas figurinhas, por conta da mesma profissão, por termos trabalhado em TV e jornal, por gostarmos de coisas parecidas e ela me falou da tristeza de deixar de produzir seu jornal, por conta da doença. Não contei conversa e falei que poderia ajudá-la a retomar e renovar o jornal. Meu trabalho seria também no esforço dela me facilitar a compra do apartamento, já que eu estava financiando uma boa parte e ainda assim faltaria dinheiro para documentos. Então se ela topasse, poderia pagar uma parte do apartamento em trabalho no jornal e assim eu teria como transferir a documentação. Ela confiou em mim, e eu, mesmo sabendo que teria que pegar meus finais de semana e transformá-los em mais trabalho, achei que valeria a pena. Vi que o jornal era mais um guia de negócios do que um veículo de informações, mas ela me deu certa liberdade para criar, para convidar conhecidos e amigos especialistas para escrever sobre coisas interessantes, para criar campanhas... um jornal localizado, para o bairro que passei a viver e desejar que esse local melhorasse a cada dia. Então achei desafiador, um jornal que tivesse também uma função social para esse bairro. E nos últimos dois meses, tempo em que estou na nova morada, meus finais de semana foram dedicados a pensar o jornal, escrever duas colunas, uma de informações e uma que incentivasse uma mudança de comportamento (campanha da vez) e convidar pessoas para escrever, fazer algumas fotos... Pois bem, fui editora, fotógrafa e colunista e me lembrei da época em que estive ativa na profissão que escolhi. Por conta do débito do apartamento, devo fazer mais algumas edições, mas não foi trabalho, porque confesso que senti um enorme prazer. Por esse motivo vou postar aqui um dos materiais editoriais que produzi. Esse é um daqueles projetos que nos renovam!!!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

As inquietudes da alma

Lá vem final de ano, proximidade de aniversário, e uma inquietude me toma a alma. Fico parecendo um desses navegadores que perderam o mapa e busca bússolas, para voltar ao rumo certo. Mas desta vez há algo a mais. É como se eu soubesse todas as respostas ou pelo menos o caminho para encontrá-las. Só preciso de coragem para percorrer o caminho até elas. É hora de produzir novos mapas. Vi o filme Eu Maior. Ele resume uma série de depoimentos de pessoas que descobriram na evolução o sentido da vida. Eu também descobri isso há algum tempo. Mas viver, conviver, não é exercício fácil e de vez em quando nos flagramos em processos de retrocesso evolutivo, por conta de situações que nos exigem mais do que podemos dar no momento. Emoções que nos tomam, em relacionamentos complicados, por pessoas que nos rodeiam que não comungam da mesma filosofia de vida que estamos buscando e que nos tiram da meta, nos desconcentram. A todo momento somos testados por elas: no trânsito, no supermercado, na espera de algum atendimento, em filas, no nosso trabalho e até mesmo entre nossos queridos. Porque relacionar-se é estar sujeito ao diferente, ao atrito, às emoções que não dominamos.

domingo, 29 de setembro de 2013

Em nova morada, em nova vida...

Lá vou eu, de novo... só este ano, é a terceira casa. Mudança, caixas, jogando coisas fora, doando outras, reciclando. É hora de fazer a vida renovar. Preciso dizer o motivo de tantas mudanças. Não dependeram de mim, não foi apenas vontade de mudar. Na casa de Stella, no Petromar, vizinhança complicada me obrigou. Um boteco que colocava música alta, na esquina da rua, não me deixava descansar de quinta à noite ao domingo de madrugada. Chegava de viagem cansada, depois de uma semana de trabalho e não conseguia sossego. Estudar e ler nos finais de semana, impossível. E ouvir filme, só com fone. Tipo de música? "abaixa, abaixa... levanta, levanta,... a bicicletinha e a calcinha..." poesia do pagode e do axé... e por aí vai. Tá, os incomodados que se mudem, porque liguei trocentas vezes para um tal Sucom (órgão fiscalizador) que nunca deu jeito, então eu dei: mudei. Rua tranquila. Casa do tamanho da metade da outra. Um caminhão pequeno, cheio de móveis eu doei. Não doeu nada, a minha vida ficou mais leve. Descobri, em 2013, que sobrevivo com menos. Menos roupas e móveis, menos decoração, menos tudo que parece encher caixas para nada. Na outra casa, condomínio de seis casas, apenas três ocupadas, entrou ladrão 9h da manhã de um sábado. Sorte eu estava trancada, ainda deitada, senão teria entrado em minha casa. Invadiu uma casa fechada. Não havia grades, não havia muros, e fiquei mais alguns meses no lugar, mantendo-me trancada todo tempo, com medo de malandro de novo invadir esse espaço tranquilo demais. Enquanto isso, a pessoa especial da minha vida, que nos últimos meses tem me ajudado a enfrentar essas tempestades ponderou da necessidade de eu morar mais perto de onde acontece a vida cultural e social dessa cidade horrível de trânsito. Stella está a 30, 40 km dos teatros, centros de cultura e locais de eventos. Ponderei e ele me ajudou a encontrar um ap antigo, grande, precisando de reformas, mas que com poucos empréstimos eu daria conta de comprar. Caixas, novas doações, leveza na alma, ajuda da terapeuta, para sair do bairro onde a avó e a madrinha de filhote moram e onde o pai está sempre. Terapia transformando, aprendendo a olhar minha vida de forma mais independente. E cá estou, na terceira casa em 2013. Novas expectativas...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Pessoa especial

Eu conheci uma pessoa muito especial. No início não havia sequer um plano ou promessa. Não havia expectativa alguma. Havia apenas uma sensação de bem estar, que eu imaginava que esgotaria rapidamente. Não foi isso que aconteceu. Então vieram alguns planos, algumas promessas. E a sensação de bem estar só aumentou, junto com as expectativas. Nesta convivência intensa, de quase todos os dias, percebi o quanto sou difícil de conviver. Esse moço, pessoa especial, talvez seja mais especial ainda, porque no exercício da convivência, onde nem sempre eu percebo alguns dos meus erros, eles me são apontados por ele, e em uma atividade conjunta e cotidiana, nos colocamos a analisar causas e consequências de tais erros. E venho procurando diminuí-los, extingui-los. Também essa pessoa, especial também por isso, se permite a fazer o mesmo exercício com seus erros, apontados por mim, ou as vezes reconhecidos antes que eu os aponte.
 É como se procurássemos, juntos, nos melhorar, não apenas em função do outro, mas em função da nossa própria evolução. Vejo essa relação especial como uma experiência evolutiva. Por conta desse maravilhoso relacionamento,  e por  tudo que  causa em nossas vidas, eu me vejo um ser humano melhor. Gosto mais de mim, dessa Ale, que cresce, que se torna alguém mais leve...

terça-feira, 2 de julho de 2013

Meu pedacinho de céu

Minha casa é o meu castelo. Casa de Stella I.



domingo, 30 de junho de 2013

Nova fonte de alegria

Fui à Fonte Nova pela primeira vez. Pela primeira vez fui espectadora de um jogo de futebol, eu que cheguei a cobrir como repórter alguns jogos, nunca tinha estado em um estádio como torcedora apenas. E que emoção, que espetáculo: a luta pelo terceiro lugar da copa das confederações. Torci pela Celeste, a seleção do Uruguay.
Lugar onde eu, Aleschi e Marcelo, entre outras pessoas especiais, almejamos envelhecer, se nos for dada essa dádiva, o Uruguay é um país que admiro, basta dizer que o Presidente anda de fusca e mora na mesma casa de antes de ser a maior autoridade do país. E que qualidade de vida tem Montevidéu. Lembram do meu blog de viagem? A Fonte, nova em folha, é bonita e no padrão Fifa, mais ainda, porque não enfrentamos fila, banheiros limpos, tudo muito sustentável (tem até dois níveis de descarga, com muita ou pouca água)... eu curti tudin, tudin.
A Azzura ganhou, apesar de ter jogado menos que nostros amigos sul-americanos. Mas os penaltis da seleção italiana foram melhores mesmo. Ah, e como é bom ver uma plateia torcendo sem paixão exagerada, que pode levar a excessos. Nada, na Fonte deste domingo, levaria a problemas. As torcidas riam e brincavam todo o tempo e até hinos do Bahia e do Vitória rolaram, além de 'olas' gigantes, que levantaram o estádio por algumas vezes seguidamente, dando a volta em toda a plateia, coisa de arrepiar!!! seguem fotos desse momento feliz que agradeço ao Aleschi. Eu continuaria sem ir a estádios, antes de viver esta experiência. Agora, se for para ver espetáculos, me chamem!!!!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Revendo acordos

Nas primeiras sessões de terapia resolvi falar sobre como tenho engolido sapos nos últimos anos. Sapos que ficam entalados. Simplesmente porque deixo de me comunicar. Parece uma incoerência, eu que me formei comunicadora, que dou aula em cursos de comunicação, que faço teatro, muitas vezes escolho o silêncio. E em momentos onde deveria deixar clara a minha insatisfação, me calo. A vida é feita de acordos, todo o tempo, com todos que convivemos. Mesmo quando não nos manifestamos com relação a algo, estamos estabelecendo um acordo. E o acordo do silêncio é, talvez, o mais perigoso de todos. Saber falar um 'não' na hora certa. Demonstrar insatisfação com uma atitude alheia que nos prejudicou, que nos ofendeu, que nos machucou, pode sim estabelecer os rumos saudáveis da relação com aquela pessoa. Por isso estou revendo meus acordos. E as pessoas, de maneira geral, estão estranhando. No passado dava boiadas para não entrar em briga, não entrava em conflitos, não reclamava de nada. Aprendi com minha mãe que quando um não quer, dois não brigam. Mas ela esqueceu de me dizer que muitas vezes o que não quer, apenas engole seco e cria em si mesmo um somatório de doenças e traumas, diminue a auto-estima, deixa de se impor e é explorado, deixa de requerer um direito e é usurpado, deixa de demonstrar que não está satisfeito e é enganado. Resolvi mudar esse jogo. Acredito que estou transformando o meu presente, diminuindo os incômodos diários. E nessa revisão de acordos, estou tentando tornar mais justa a minha vivência (com os bônus e ônus) de mãe, filha, irmã, ex-mulher, namorada, professora, amiga, colega de trabalho, consumidora, condômina, etc, etc...

sábado, 20 de abril de 2013

Longe de todos, perto de mim

Ontem meu amigo Gior me ligou e durante a conversa me confessou que uma vez por semana visita este Blog. Estava preocupado com meu silêncio. Eu também estava. Não que esteja faltando assunto, longe disso!!!!! Nesses meses em que não registrei nada, tive histórias interessantes para contar: conheci lugares novos, conheci pessoas legais, vi filmes maravilhosos, vi um acidente pelo retrovisor e por pouco não fui envolvida nele... Enfim, havia bem sobre o que escrever. Mas a verdade é que estive mergulhada em profundo processo de mudanças, físicas-espaciais, emocionais e psicológicas. Comecei a fazer terapia, desta vez de forma mais sistêmica e orgânica, com sessões que me levam a rever meus medos, minhas reações e estão me levando a transformações, em aspectos que eu achava que já estavam cristalizados. Descobri sim que um adulto muda, descobri em mim, mas também descobri que é preciso muita vontade, disciplina mesmo, para não se deixar repetir ações e reações que sabemos que só nos prejudicam, nos boicotam. Decidi que não quero mais jogar contra mim. Então, publicamente pedindo desculpas ao Gior e a todos que também esperavam mais deste blog, justifico o tempo em que fiquei longe dele, por conta dessa minha reaproximação interior. Ela vai me dar mais fôlego para os próximos posts.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Meu adeus ao Conde

Minha vida inteira tive uma relação umbilical com o Conde, município a 180km de Salvador, no litoral norte. Todos os anos da minha infância e boa parte da adolescência, nas férias, uma viagem era obrigatória, para ver avós, tios, primos, e vivenciar sabores, cheiros, cores e emoções que só se vive em casa cheia de gente. A vovó morreu no ano passado. E com ela morreu o último grande motivo de ir ao Conde. Essa semana, com a notícia da venda da casa da vovó, resolvi ir me despedir. Não só das coisas dela, da casa, mas também daquela cidadezinha da qual guardo tantas lembranças. E levei Arthur comigo. Na casa da vovó, fui agraciada com pequenas lembranças dela. Tia Nydia deixou que eu ficasse com pequenas peças de louça. Artigos que a vida inteira estavam com ela. Tia Nydia disse que são peças que eram da mãe de vovó, minha bisa Lavínia ou eram da sogra dela, minha bisa Sinhá. Da casa, a maior das lembranças é a mesa farta, cheia de gente ao redor. Da minha avó, a mulher amarga e brava que vi envelhecer com sabedoria, ajudando a todos, sempre útil e ativa, sempre cheia de fé. Da cidade, os rios, o mar, a cachoeirinha, a fazenda Capoeira, as brincadeiras de menina, os paqueras, as longas conversas com meu pai e fotos, muitas fotos...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mérde! da terapia ao palco...

Comecei o curso de Teatro da Cia Vá na Contramão em abril de 2011. Uma vez por semana, o diretor Walter Rozadilla trabalhava questões do consciente e do inconsciente, que muitas vezes nos travam no dia a dia e que precisam ser liberadas, se quisermos subir em um palco: aprender a escutar o outro, a lidar com o ridículo, vivenciar as máscaras, a sensualidade, o toque, trabalhar o 'estar' em cena, o gestual, a voz... a inclusão dos sentimentos, repensar as amarras que o 'ser social' desenvolve, e que muitas vezes o afasta do ser natural em que deveria se manter. Compreendi que o ator é, antes de tudo, um ser capaz de exercitar o exagero. Aquilo a que não nos propomos viver na rua, mas que muitas vezes transita nossas vidas em quatro paredes, no palco é permitido. Aquilo que povoa nossos sonhos e pesadelos, no palco vira realidade. Foram quatro semestres me preparando para vivenciar uma personagem de verdade. Dias 04, 05 e 06 de janeiro, o parto: Júlia, uma secretária bisbilhoteira, curiosa e intrometida, veio ao mundo. No Teatro Molière, na Aliança Francesa, Barra, nos apresentamos para platéias lotadas durante três dias. Amigos, parentes, pessoas que nunca vi antes, foram as testemunhas dessa liberação, dessa catarse, que começou como uma terapia e virou algo sério. Contracenar com Thelma e Fernando foi um prazer, vivenciar Júlia, um presente. O personagem foi criação do escritor Antonio Arruanda. E a direção de Walter Rozadilla, um guia. Além da produção impecável de Patrícia. Aos queridos do módulo 4, 2012, a alegria de compartilhar! Com Gladys, Thais, Jana, Aline, Clícia e Mônica. Fotos de AJNeto e Ricardo