segunda-feira, 2 de julho de 2012

O meu primeiro dois de Julho

Desde muito jovem eu me acostumei a ver o 02 de Julho pela TV como uma das festas mais políticas da Bahia. Política no melhor sentido _ democrática, participativa, integradora. Lugar de povo, apaixonado pelo fato de, historicamente, ter em seus ancestrais, pessoas que foram às ruas exigir que Portugal realmente nos libertasse, quase um ano após o teatro que armaram para nos chamar de nação, às margens do Ipiranga. Sim, foram os baianos que lutaram para que isso se fortalecesse e se consolidasse, em 1823. Claro que nas comemorações de minhas memórias, sempre vistas pela TV, sempre televisionadas pelas emissoras de rabo preso, que não queriam se indispor com o governo, o 02 de Julho também demonstrava muita politicagem: lembro de ACM no meio do povo, cheio de papagaios de pirata, dando entrevista como se fosse nosso Salvador. Uma incoerência, porque para mim a Bahia nunca seria independente enquanto ele governasse. Mas depois, com o tempo, com o fortalecimento da democracia, vi o 02 de Julho como lugar de protesto, de manifestação popular para denunciar o que não está sendo engolido, o que indigna. E vi, por tantas vezes na TV, a estrela do PT, erguida nas bandeiras, em sinal de que o povo queria mudança. Este ano participei pela primeira vez do 02 de Julho. E nunca pensei que emitiria gritos de guerra contra o governo estadual e federal do PT. Sim, professora grevista, lá estava eu, gritando por uma educação de qualidade, desde a Lapinha até o Pelourinho. Pés cansados, junto com as companheiras Aless e Rita, e Ana Paula que chegou ao final, as UFRBeanas em luta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lutar é preciso, sem luta não conseguimos nada. Segundo o escritor Muniz Sodré, a greve também é pedagógica, pois professor bem remunerado e qualificado é = a educação de qualidade.