Se tem alguém que não quero que me esqueça é você, meu filho. Por isso este post direcionado (mais uma vez). E como quero que você saiba o que penso e sinto quando as coisas acabam de acontecer, preciso registrar com a emoção 'na crista da onda'. Nos últimos dias vivi uma experiência inédita contigo: Aos oito anos, você veio me perguntar quando poderia saber mais sobre "pornografia". Perguntei se era sobre relações sexuais e você prontamente disse que não: era sobre pornografia.
Luz de alerta 1 acendeu, mas respondi que estava muito cedo. Pornografia era coisa para adulto.
E que quando você crescesse iria ter uma namorada, alguém que goste e o que fizer com ela não será pornografia, será algo natural, sexo com prazer e responsabilidade. Fim da conversa, relaxei.
Horas mais tarde, um comentário seu e nova luz de alerta: você comentou que "tinha muita pena das mulheres que ao se relacionar deviam sentir muita dor porque o pênis entrava na vagina e no bumbum"...
ui ui ui...
lá vou eu dizer que quando se ama, quando se relaciona com quem se gosta, não há dor. E fui mais além, como era que você sabia que o pênis entrava no bumbum?
resposta na hora: "ora, mamãe, aprendi nas aulas de corpo humano e vida sexual na escola".
Fiquei com pulga atrás da orelha, achei estranho na escola o sexo anal ser tema de vida sexual... as escolas estavam mudadas demais... pensei.
No outro dia, após almoço, sua pergunta para todos que estavam na casa: quem vai descansar? todo mundo disse que ia (descanso no piso superior da casa) e você comemorou. Mas por quê? nada, nada... Mas ia querer ficar no computador, que fica no piso inferior.
Eu não imaginava o plano que se formava na cabeça do guri de 8 anos.
Mais tarde, novo comentário: mamãe, que idade mesmo eu posso ver pornografia?
E aí luz alerta 2 foi mais rápida: Arthur, o que é que está acontecendo? seus amigos estão te mostrando algo de pornografia?
OLHONOOLHO, voz de quem não admite mentira...
E aí, a resposta: não, mamãe, é que procurando um vídeo na internet eu achei o redtube.
Red o quê?
a desinformada aqui nem sabia desse site...
E aí lá fomos nós dois para o momento da verdade.
Eu e um guri de 8 anos, na frente de uma tela com trocentos vídeos pornôs de arrepiar o cabelo do diabo...
Mostre para mamãe os que você já viu?
E o dedinho de oito anos prontamente apontou uns 04 vídeos, e as telas congeladas mostravam sexo anal, sexo vaginal, sexo oral e sexo grupal...
Meu filho, bem que podia ser fotonovela romance com sexo!
Aí eu falei sobre a indústria de filmes de sexo para pessoas solteiras que se excitam com isso e não tem namoradas (os), mas que não eram para crianças.
E aí, apelei para o TERROR!!!
Falei que o IP ( o número de identificação) da minha máquina deveria ter sido gravado no site e que eu poderia ser responsabilizada porque meu filho, de apenas 8 anos, estava entrando em site para 18 anos. E um juiz poderia achar que eu era descuidada ou relapsa com o tipo de conteúdo que meu filho tem acesso e me punir... Se isso era certo?!!
Enfim, apelei mesmo!
Luz 1, 2, 3 acesas e eu em desespero!
Precisava de dicas de como bloquear páginas no meu PC, e meu guru de informática, César Velame, me deu as dicas.
Mas nem sei de todas as páginas que vou ter que bloquear, e no PC de outros lugares, como bloquear esse acesso fácil que a internet permite? E que tipo de repercussão isso terá nos seus hormônios e na sua mente, minha criança?
ai, quero ajuda de psicológo, de sexólogo, de outros pais...
Meditações, impressões da vida, memórias revisitadas, crônicas fotográficas, muito blá blá blá... É só para deixar registrado o que penso do mundo (antes que eu morra e não conte, ou mostre, nada a ninguém).
segunda-feira, 27 de junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
A internet e as possibilidades de interação em sala de aula
Estou convencida de que a internet possibilita ao professor novas ferramentas de trabalho que auxiliam o processo ensino-aprendizagem-avaliação.
Não é de hoje que uso a plataforma como meio para fornecer ao meu aluno um portfólio enquanto está na universidade e pode desenvolver produtos criativos, falar sem censura e criar, tendo acesso a possibilidades alternativas. Também acredito que a internet me possibilita acompanhar os processos individuais com maior tempo, intimidade, desde que o estudante compre a ideia de se envolver.
Por fim, acho que o fato das produções acadêmicas estarem na rede, sob olhares diversos, permite que a avaliação seja colaborativa, outras pessoas opinam sobre o resultado e me mostram o quanto é subjetivo o processo de avaliar.
Vejo que expondo na internet suas produções acadêmicas, meu aluno se esforça mais para 'fazer bonito', ganha mais entusiasmo pela disciplina e pelo processo de aprender os conteúdos a fim de colocá-los em prática.
Em 2007 conheci César Velame, que me apresentou as plataformas livres na internet e assim nasceram os laboratórios virtuais. Foi assim com o site do COL, no primeiro semestre de 2007, com publicações de reportagens dos alunos. No segundo semestre teve a Agência JR de Comunicação Cidadã, com a exposição dos produtos criados para ONGs e Instituições de Cachoeira, São Félix e Muritiba. Depois veio o Link Recôncavo, um portal de notícias sobre as cidades que sediam os Campi da UFRB, em 2008. Em 2009 foi o Galeria Recôncavo, o banco de imagens e dados sobre os fotógrafos, em 2009 ainda surgiu o Oficina de Textos. Em 2010 turbinei o Galeria, fizemos exposições físicas do material. Em 2011, a rede de Blogs...
E tem sido fascinante o retorno que tudo isso dá. Preciso sentar e me disciplinar a escrever sobre esses processos. Fazer artigos científicos de toda esta vivência, que, acredito, pode auxiliar outros professores a buscar ferramentas e estratégias que empolguem e conduzam o estudante para os caminhos do conhecimento na área que lecionam.
Não é de hoje que uso a plataforma como meio para fornecer ao meu aluno um portfólio enquanto está na universidade e pode desenvolver produtos criativos, falar sem censura e criar, tendo acesso a possibilidades alternativas. Também acredito que a internet me possibilita acompanhar os processos individuais com maior tempo, intimidade, desde que o estudante compre a ideia de se envolver.
Por fim, acho que o fato das produções acadêmicas estarem na rede, sob olhares diversos, permite que a avaliação seja colaborativa, outras pessoas opinam sobre o resultado e me mostram o quanto é subjetivo o processo de avaliar.
Vejo que expondo na internet suas produções acadêmicas, meu aluno se esforça mais para 'fazer bonito', ganha mais entusiasmo pela disciplina e pelo processo de aprender os conteúdos a fim de colocá-los em prática.
Em 2007 conheci César Velame, que me apresentou as plataformas livres na internet e assim nasceram os laboratórios virtuais. Foi assim com o site do COL, no primeiro semestre de 2007, com publicações de reportagens dos alunos. No segundo semestre teve a Agência JR de Comunicação Cidadã, com a exposição dos produtos criados para ONGs e Instituições de Cachoeira, São Félix e Muritiba. Depois veio o Link Recôncavo, um portal de notícias sobre as cidades que sediam os Campi da UFRB, em 2008. Em 2009 foi o Galeria Recôncavo, o banco de imagens e dados sobre os fotógrafos, em 2009 ainda surgiu o Oficina de Textos. Em 2010 turbinei o Galeria, fizemos exposições físicas do material. Em 2011, a rede de Blogs...
E tem sido fascinante o retorno que tudo isso dá. Preciso sentar e me disciplinar a escrever sobre esses processos. Fazer artigos científicos de toda esta vivência, que, acredito, pode auxiliar outros professores a buscar ferramentas e estratégias que empolguem e conduzam o estudante para os caminhos do conhecimento na área que lecionam.
sábado, 11 de junho de 2011
Reaprender a tocar
O toque foi o objeto do estudo da última sessão do psico-drama. Nosso professor/terapeuta falou da importância de nos tocarmos e tocarmos o outro, sentindo esse calor que emana dos corpos.
Ele é argentino e se surpreendeu de ver que no Brasil, onde as pessoas são tão alegres, expansivas, o toque é uma questão complicada. Homens brasileiros não se tocam com carinho. A afinidade se traduz por um abraço com tapas nas costas, batidas entre as mãos, ou tapinhas no peito do outro: coisas de amigos.
Na Argentina, quando há amizade mesmo, os homens, ao se encontrarem, beijam-se como sinal de afeto. Já as mulheres, ele percebeu, dá beijos sem encostar os lábios no rosto uma da outra e nos abraços, há um afastamento natural, como se os corpos fossem do peito para cima.
E homens e mulheres só sabem se tocar se for com finalidade sensual ou sexual. Afago entre amigos de sexos opostos então! _ele disse que é mais complicado ainda.
Dos cinco sentidos expostos, que exploramos desde sempre, o professor falou que o tato, o toque, é o único que não tem intermediação.
Precisamos de luz para ver o outro.
De ar para escutar o outro.
De saliva que lubrifique as papilas para sentirmos sabor.
De ar, mais uma vez, para que o cheiro das coisas cheguem ao nosso nariz.
Mas o toque não, é nossa pele sobre algo e já sentimos se está quente, frio, se é áspero, se é liso, suas dimensões.
Enfim... e pelo toque transmitimos e sentimos a energia que temos e a energia do outro.
Somos seres que não sobrevivem bem sem toque e desenvolvemos manias, fobias, neuroses por falta do toque que não recebemos na hora certa. Ou se tocarem-nos de forma errada ao sermos crianças, desenvolvemos traumas que perduram a vida inteira.
Toque é algo muito sério. E pouco estudado, analisado e conversado em família.
Meu terapeuta nos deu um exemplo chocante: existem crianças que teimam em irritar seus pais (que nunca fazem um carinho nelas), mas que as tocam para bater, para beliscar... e o inconsciente quer qualquer toque.
A lição depois dessa sessão? precisamos nos tocar mais, nos afagar mais. Tocar nosso corpo com cuidado, com respeito e admiração e deixar claro para nós mesmos que nos aceitamos, nos queremos bem. E tocar nossos filhos com afeto, dando-lhes a certeza que são amados. E nossos amores, amantes ou não, tocarmos não só na hora do sexo, mas com carinho, gesto limpo de sensualidade, apenas com o calor de um ser humano que se preocupa com o outro.
É só desta forma que vamos ampliar o tato, que ganhará mais sentido!
Ele é argentino e se surpreendeu de ver que no Brasil, onde as pessoas são tão alegres, expansivas, o toque é uma questão complicada. Homens brasileiros não se tocam com carinho. A afinidade se traduz por um abraço com tapas nas costas, batidas entre as mãos, ou tapinhas no peito do outro: coisas de amigos.
Na Argentina, quando há amizade mesmo, os homens, ao se encontrarem, beijam-se como sinal de afeto. Já as mulheres, ele percebeu, dá beijos sem encostar os lábios no rosto uma da outra e nos abraços, há um afastamento natural, como se os corpos fossem do peito para cima.
E homens e mulheres só sabem se tocar se for com finalidade sensual ou sexual. Afago entre amigos de sexos opostos então! _ele disse que é mais complicado ainda.
Dos cinco sentidos expostos, que exploramos desde sempre, o professor falou que o tato, o toque, é o único que não tem intermediação.
Precisamos de luz para ver o outro.
De ar para escutar o outro.
De saliva que lubrifique as papilas para sentirmos sabor.
De ar, mais uma vez, para que o cheiro das coisas cheguem ao nosso nariz.
Mas o toque não, é nossa pele sobre algo e já sentimos se está quente, frio, se é áspero, se é liso, suas dimensões.
Enfim... e pelo toque transmitimos e sentimos a energia que temos e a energia do outro.
Somos seres que não sobrevivem bem sem toque e desenvolvemos manias, fobias, neuroses por falta do toque que não recebemos na hora certa. Ou se tocarem-nos de forma errada ao sermos crianças, desenvolvemos traumas que perduram a vida inteira.
Toque é algo muito sério. E pouco estudado, analisado e conversado em família.
Meu terapeuta nos deu um exemplo chocante: existem crianças que teimam em irritar seus pais (que nunca fazem um carinho nelas), mas que as tocam para bater, para beliscar... e o inconsciente quer qualquer toque.
A lição depois dessa sessão? precisamos nos tocar mais, nos afagar mais. Tocar nosso corpo com cuidado, com respeito e admiração e deixar claro para nós mesmos que nos aceitamos, nos queremos bem. E tocar nossos filhos com afeto, dando-lhes a certeza que são amados. E nossos amores, amantes ou não, tocarmos não só na hora do sexo, mas com carinho, gesto limpo de sensualidade, apenas com o calor de um ser humano que se preocupa com o outro.
É só desta forma que vamos ampliar o tato, que ganhará mais sentido!
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Ser, ter, parecer...
No último domingo, em Medrado, fiquei muito pensativa, quando ele falou que as pessoas que tem mais de 30 anos viveram três períodos: do SER, do TER e do PARECER...
Eu tenho mais de 30... na época em que eu era menina, a palavra de uma pessoa valia muito, tudo estava centrado no SER: as pessoas eram honestas, éticas, pais e professores eram autoridades, ricos eram ricos mas eu não via muita importância na ostentação deles, pobres eram pobres mas não queriam parecer ricos de coisas, existia uma falsa sensação romântica e católica de que os pobres herdariam o céu.
Eu tenho mais de 30... na época em que eu era menina, a palavra de uma pessoa valia muito, tudo estava centrado no SER: as pessoas eram honestas, éticas, pais e professores eram autoridades, ricos eram ricos mas eu não via muita importância na ostentação deles, pobres eram pobres mas não queriam parecer ricos de coisas, existia uma falsa sensação romântica e católica de que os pobres herdariam o céu.
Eu, menina, criança falava na hora certa, mesa era local de reunião nas horas da refeição, namoro tinha idade para começar e transar, só com a pessoa certa!
As coisas eram mais fáceis, todos éramos meio ingênuos pois achávamos o mundo um lugar tranquilo para viver e criar filhos.
Depois veio o período do TER. Não faz mais que 25 anos, mas o consumismo tomou conta dos programas de TV, e aqui fora, na vida real, todo mundo queria ter tudo, status é quem podia ter casa com piscina (e surgiram os condomínios e todo mundo tem piscina). Carro? admitia-se apenas com até dois anos de uso (mais que isso é lata velha), tênis e calça _ só de marca!, as coisas ficaram descartáveis e as pessoas também. Tudo se compra, tudo se troca, bastava ir no shopping (aliás o aumento do número de shoppings é bem desta época).
Agora vivemos o PARECER. O período mais perigoso segundo Medrado.
Depois veio o período do TER. Não faz mais que 25 anos, mas o consumismo tomou conta dos programas de TV, e aqui fora, na vida real, todo mundo queria ter tudo, status é quem podia ter casa com piscina (e surgiram os condomínios e todo mundo tem piscina). Carro? admitia-se apenas com até dois anos de uso (mais que isso é lata velha), tênis e calça _ só de marca!, as coisas ficaram descartáveis e as pessoas também. Tudo se compra, tudo se troca, bastava ir no shopping (aliás o aumento do número de shoppings é bem desta época).
Agora vivemos o PARECER. O período mais perigoso segundo Medrado.
Estamos nos enganando e tentando enganar a todos. Queremos parecer éticos (quando adoramos furar filas, dar 'jeitinhos' e nossos políticos são fruto das árvores podres que plantamos), queremos parecer ter carro novo (devendo horrores aos bancos, em dezenas de prestações), queremos parecer ter coisas de marca e nos sujeitamos à pirataria...
Parecemos felizes (mas lotamos as terapias) e parecemos tolerantes com as diferenças (mas o mundo está cheio de exemplos de preconceitos)... O PARECER está nos fazendo padecer do pior mal que pode haver: não estamos nos conhecendo de verdade, enfiados em máscaras para sermos apreciados, admirados, seguidos...
E parece que vamos vivendo num mundo virtual... deixando de SER humano e de TER o que realmente interessa.
Parecemos felizes (mas lotamos as terapias) e parecemos tolerantes com as diferenças (mas o mundo está cheio de exemplos de preconceitos)... O PARECER está nos fazendo padecer do pior mal que pode haver: não estamos nos conhecendo de verdade, enfiados em máscaras para sermos apreciados, admirados, seguidos...
E parece que vamos vivendo num mundo virtual... deixando de SER humano e de TER o que realmente interessa.
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