'Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória quando bem sucedido e nem desesperado quando sentir o insucesso. Lembra-me que a experiência de um fracasso poderá proporcionar um progresso maior'.
Esta frase veio num daqueles mails de oração que recebemos aos trocentos... mas me chamou a atenção. Há cinco anos eu perdia no concurso da UESC. E doeu tanto. Doeu porque já ensinava na UESC há quatro anos como professora substituta. Tinha colegas com tal afinidade que ultrapassava as portas da instituição, e formávamos um belo grupo de amigos (que o são até hoje: Betânia, Rodrigão, Rita Virgínia, Maluzinha, Nane, Antonio Figueiredo)... Doeu também porque eu lecionava as disciplinas que me encantavam: oficina de comunicação audiovisual, roteiro e linguagem do vídeo e da TV. E os trabalhos dos estudantes me provavam que estava no caminho certo.
Doeu ainda porque minha autoestima acadêmica não tinha sido abalada. Havia feito três vestibulares na vida (dois em universidades estaduais - de Direito e Letras, e um em universidade federal - Jornalismo) e havia passado nos três. Também havia feito concurso na Prefeitura de Itabuna e duas seleções públicas, na UESC, além da seleção do mestrado e passado em tudo. Então foi um 'baque' perder... me senti incapaz. E com 6.7!!!! (quando a média é 7.0.). E o pior, só tinha eu de candidata. Eu perdi para mim.
Não se passou um mês do concurso e vi uma reportagem de uma nova universidade federal na Bahia: concurso!!! Três meses depois, fiz o concurso, onze inscritos, seis candidatos fizeram toda a seleção, alguns doutorandos, gente formada na USP, gente que estudou na UFBA, a instituição responsável pelo concurso para a UFRB. Não tinha um único conhecido no processo seletivo e passei em primeiro lugar. E fui muito bem acolhida pelo Reitor, que nem me conhecia mas viu meu currículo e me colocou assessora de comunicação, para montar e coordenar a ascom de toda a universidade. E depois a oportunidade de ver uma universidade nascendo, de participar de tanta coisa legal, de desafios...
Foi então que a minha derrota na UESC ganhou outro significado. Porque agora compreendo o quanto estar na UFRB e desenvolver o que faço em sala de aula e nos projetos que participo é enriquecedor. Na UESC teria continuado naquela vidinha maravilhosa, mas sem grandes oportunidades ou desafios. Mas nos últimos quatro anos ficou um vazio... me faltava um grupo como o que tinha na UESC. Não sei se terei igual. Mas sinto que o universo me fez mais forte com estas mudanças todas.
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