Dos problemas enfrentados por quem chega, estão: lidar com o mercado imobiliário, transporte e saúde. A procura por moradia é muito grande, o que fez os preços dos aluguéis subirem vertiginosamente.
Os próprios moradores da cidade vêem os preços dispararem e se sentem prejudicados. Mas o problema se agrava ainda mais com os estudantes, que acabam sem condições de permanecer nas cidades.
Outra queixa é o transporte entre as cidades e dentro delas. Acho que eu não daria conta se não tivesse carro, para estar nos lugares que preciso.
Tentei usar o ônibus e a van para ir de Cruz para Cachoeira e os horários complicados, mas a estratégia de parar a cada um km para pegar gente no caminho, foi inviável.
E no centro da cidade? meu filhote não tem como fazer nenhuma atividade extra escolar se eu não puder levar.
Tá, vamos sair do meu mundinho? Um exemplo claro: na cidade de Cruz, a sede do Campus da UFRB está a quase quatro quilômetros do centro da cidade. Há demanda certa, pois estudantes e muitos funcionários não têm veículo, mas não há um único transporte público que ligue esses dois pontos.
As vans só circulam da entrada da cidade até o centro. Os bairros periféricos não têm transporte regular. A comunidade acadêmica tem que andar ou pegar moto-táxi. As empresas Viação Santana e RD não perceberam ainda a demanda pelo serviço e oferecem poucos horários entre as cidades.
E os problemas de atendimento hospitalar e clínico? muitos. Faltam médicos de diversas especialidades e para fazer alguns exames importantes a gente acaba indo a Salvador ou Feira de Santana.
Eu até mudei meu plano, saí da UNIMED e fui pra MEDIAL para ter mais opções e ainda assim, tenho que sair da cidade, pois não tem um Eco com dopler, ou outros exames bem mais simples. E numa emergência, como já tive com Arthur, tem que rezar porque não tem clínica aberta à noite.
Outra queixa está no comércio. Quem trabalha até as 18h não consegue achar mais nada aberto e tem muita loja que fecha para o almoço...
A cidade tem um único posto do correio, inviável a qualquer hora. E caixa eletrônico do Banco do Brasil funcionando em dias de pagamento de salário e aposentadoria é um milagre.
É preciso que os empresários e os gestores percebam, a universidade traz progresso para todos, mas eles precisam responder a essas demandas. E a UFRB, em contrapartidade, deve sugerir seminários e debates sobre tudo isso e convidar as empresas de transporte, os gestores para uma análise dessa realidade.