Tenho observado ações pouco éticas na Universidade, esta tal "Academia do Saber", entre docentes cheios de conhecimento. As reuniões entre eles fedem e dão náusea. Querem ter poder, querem que tudo seja cômodo e passam por cima daqueles que os atrapalham.
Há meses eu me pergunto como conviver com isso? Então me deparei com esta frase do título. E ela me calou a alma com um profundo ensinamento: Seja lá o que façam, nunca serei como eles, nunca compactuarei com as atitudes deles. Estou limpando esta existência com água limpa e não vou sujar minhas mãos.
Se eu fosse relatar tudo o que tenho vivido aqui, enojaria quem me acompanha neste blog. Mas o que me diz respeito e o que sofri até agora, não tenho porque calar: me colocaram para trabalhar em sala de aula nas segundas-feiras pela manhã e nas sextas-feiras a tarde. E os outros professores do colegiado trabalham nos dias do meio. Por quê? segundo o atual coordenador do Colegiado, que me disse com todas as letras: é o ônus de ser residente, de morar perto de onde trabalho. Eles, que moram fora, que estão aqui apenas um dia, tem prioridade. Pode?
Ah, retiraram da grade curricular a disciplina que passei no concurso. E agora? eu já lecionei diversas disciplinas para as quais eu não fui concursada, que nem estou preparada.
Para quem reclamar, se o coordenador de colegiado é o coordenador do meu estágio probatório? como mostrar que sofro assédio moral?
Estou afogandooooooooooo em lama...
Meditações, impressões da vida, memórias revisitadas, crônicas fotográficas, muito blá blá blá... É só para deixar registrado o que penso do mundo (antes que eu morra e não conte, ou mostre, nada a ninguém).
domingo, 20 de julho de 2008
sábado, 19 de julho de 2008
Tempo demais
Hoje um tio de oitenta e nove anos, Nô e a atriz Dercy, com 101 anos, fizeram a passagem. Dizem que morrer velho é bom, porque se acumulou tudo o que a vida podia dar. Mas a minha avó, com 92 anos, diz que não é legal ficar muito velho. Ela diz que os pais, as amigas, o marido e alguns irmãos se foram, a maioria dos filhos também (ela teve 5 e hoje só um está vivo) e que as pernas já não a obedecem, os órgãos adoecem, apenas pelo tempo de uso... uma lista de remédios, limitações. Ela me disse que está cansada. Gravei com ela uma longa entrevista e fiz imagens dela, dando conta de bordados, de caminhar, cuidar do quintal...
Um dia vou editar, para virar um doc. Pré-roteiro pronto, entrevistas gravadas... Ela pedindo pra ir, lamentando ter tanto tempo, e um monte de gente dizendo que ela é maravilhosa, útil, produtiva, guerreira e que querem que ela viva ainda mais, muito mais. Quando gravei parte do material o meu pai estava vivo. Ele morreu em janeiro de 2007. O doc vai se chamar ' tempo demais ou tempo de Nira'. Tá, amigo Tibico Brasil, é o extremo do seu 'Não deu tempo'.
Tempo demais tá na prateleira há três anos.
Um dia vou editar, para virar um doc. Pré-roteiro pronto, entrevistas gravadas... Ela pedindo pra ir, lamentando ter tanto tempo, e um monte de gente dizendo que ela é maravilhosa, útil, produtiva, guerreira e que querem que ela viva ainda mais, muito mais. Quando gravei parte do material o meu pai estava vivo. Ele morreu em janeiro de 2007. O doc vai se chamar ' tempo demais ou tempo de Nira'. Tá, amigo Tibico Brasil, é o extremo do seu 'Não deu tempo'.
Tempo demais tá na prateleira há três anos.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Voltando para casa
Voltei para a cidade que resido há dois anos: Cruz das Almas. Mas não me senti voltando para casa.
Voltei talvez para a casa que tenho agora, confortável e arrumada. Voltei para a cidade em que trabalho. Mas senti tanta tristeza em voltar.
Estive com a minha mãe, os meus irmãos e muitos amigos no último final de semana e vi como a vida é sem graça sem eles.
Rimos, comemos, jogamos conversa fora, falamos de afinidades e amenidades. Foi assim com todos eles. Em lugares diferentes, encontrei grupos distintos. E foi maravilhoso estar com eles, vivenciando situações diversas.
Fico me perguntando quando tempo levará para eu ter amigos aqui. Amizade se constrói com convivência e tenho vivido numa terra inóspita onde só encontro pessoas no trabalho, em trabalho e para o trabalho.
Não jogamos conversa fora, não comemos juntos, tampouco tivemos tempo de descobrir afinidades. A UFRB é árida.
Não temos cantina, não temos lugares de convivência. Aqui em Cruz as pessoas saem nos finais de semana e viajam, vão para Salvador. Eu comprei casa aqui, investi. Ai, se arrependimento matasse, eu caía durinha...
Afinidades só se revelam em ambientes amigáveis.
As poucas tentativas de amizade por aqui estão engatinhando. Quanto tempo será necessário para eu me sentir voltando para casa enquanto estiver por aqui?
Queria estar mais perto dos meus amigos. Penso que são eles que dão sentido à vida. E quando falo de amigos, incluo família, gente que mora em meu coração.
Voltei talvez para a casa que tenho agora, confortável e arrumada. Voltei para a cidade em que trabalho. Mas senti tanta tristeza em voltar.
Estive com a minha mãe, os meus irmãos e muitos amigos no último final de semana e vi como a vida é sem graça sem eles.
Rimos, comemos, jogamos conversa fora, falamos de afinidades e amenidades. Foi assim com todos eles. Em lugares diferentes, encontrei grupos distintos. E foi maravilhoso estar com eles, vivenciando situações diversas.
Fico me perguntando quando tempo levará para eu ter amigos aqui. Amizade se constrói com convivência e tenho vivido numa terra inóspita onde só encontro pessoas no trabalho, em trabalho e para o trabalho.
Não jogamos conversa fora, não comemos juntos, tampouco tivemos tempo de descobrir afinidades. A UFRB é árida.
Não temos cantina, não temos lugares de convivência. Aqui em Cruz as pessoas saem nos finais de semana e viajam, vão para Salvador. Eu comprei casa aqui, investi. Ai, se arrependimento matasse, eu caía durinha...
Afinidades só se revelam em ambientes amigáveis.
As poucas tentativas de amizade por aqui estão engatinhando. Quanto tempo será necessário para eu me sentir voltando para casa enquanto estiver por aqui?
Queria estar mais perto dos meus amigos. Penso que são eles que dão sentido à vida. E quando falo de amigos, incluo família, gente que mora em meu coração.
domingo, 6 de julho de 2008
Coisas que achamos pelo caminho
Vi o filme 'Coisas que perdemos pelo caminho'. Pensei nas pequenas coisas que deixei para trás e nas grandes pessoas que me deixaram.
Chorei. Não sei bem porque chorei.
Sei que perdemos muito ao longo da vida, perdemos amigos, amores, objetos, emoções, inocência, ingenuidade.
Mas ganhamos experiência, malícia, trato social e político, novas emoções, novos objetos, novos amores (as vezes nem tão amores assim), novos amigos.
Então a balança se equilibra no final das contas. Mas somos extremamente possessivos e não admitimos perder nada!
Sinto que eu chorei porque sempre que perdemos algo nos damos conta que ficamos meio perdidos.
E estamos a um passo de sermos achados pelo 'eu profundo'.
Estou à procura de mim, faz tempo.
Chorei. Não sei bem porque chorei.
Sei que perdemos muito ao longo da vida, perdemos amigos, amores, objetos, emoções, inocência, ingenuidade.
Mas ganhamos experiência, malícia, trato social e político, novas emoções, novos objetos, novos amores (as vezes nem tão amores assim), novos amigos.
Então a balança se equilibra no final das contas. Mas somos extremamente possessivos e não admitimos perder nada!
Sinto que eu chorei porque sempre que perdemos algo nos damos conta que ficamos meio perdidos.
E estamos a um passo de sermos achados pelo 'eu profundo'.
Estou à procura de mim, faz tempo.
sábado, 5 de julho de 2008
Quero ser lembrada
Antes desse canal de comunicação tão versátil, o destino de qualquer diário era ser esquecido em pouco tempo.
A lógica, após partirmos, se deixássemos um livreto de recordações, era talvez ser lido por nossos pais, se ainda estivessem vivos e pelos nossos filhos, se os tivéssemos.
Há, na verdade, poucas pessoas que lembrariam-se constantemente de nós, e talvez quisessem um maior contato conosco através de um diário de recordações.
Irmãos, amigos, parentes, esses não teriam acesso e se lembrariam de nós em datas especiais, como natal, nossos aniversários, ou o aniversário de nossas mortes, não mais que isso.
Mas então eles também morreriam e seríamos lembrados quando uma foto nossa caísse nas mãos de nossos netos, se os tivéssemos, curiosos pelo passado.
E nosso livreto talvez fosse para o lixo, numa dessas limpezas de sótão.
Não levariam 70, 80 anos... e já não seríamos mais lembrados por ninguém.
Mas eis que surge a internet.
Onde as velhas fotos dos álbuns de família, hoje um misto de códigos binários, junto com um monte de coisas que escrevemos sobre os momentos que vivemos, estão em nossas páginas pessoais, de comunidades e sites de relacionamento.
E já me pergunto se agora poderemos ser lembrados, não apenas por aqueles que conviveram conosco, mas sim por aqueles que vão ter acesso ao que pensamos, sentimos e registramos.
Pensei que esse era um bom motivo para eu ter um diário virtual.
A lógica, após partirmos, se deixássemos um livreto de recordações, era talvez ser lido por nossos pais, se ainda estivessem vivos e pelos nossos filhos, se os tivéssemos.
Há, na verdade, poucas pessoas que lembrariam-se constantemente de nós, e talvez quisessem um maior contato conosco através de um diário de recordações.
Irmãos, amigos, parentes, esses não teriam acesso e se lembrariam de nós em datas especiais, como natal, nossos aniversários, ou o aniversário de nossas mortes, não mais que isso.
Mas então eles também morreriam e seríamos lembrados quando uma foto nossa caísse nas mãos de nossos netos, se os tivéssemos, curiosos pelo passado.
E nosso livreto talvez fosse para o lixo, numa dessas limpezas de sótão.
Não levariam 70, 80 anos... e já não seríamos mais lembrados por ninguém.
Mas eis que surge a internet.
Onde as velhas fotos dos álbuns de família, hoje um misto de códigos binários, junto com um monte de coisas que escrevemos sobre os momentos que vivemos, estão em nossas páginas pessoais, de comunidades e sites de relacionamento.
E já me pergunto se agora poderemos ser lembrados, não apenas por aqueles que conviveram conosco, mas sim por aqueles que vão ter acesso ao que pensamos, sentimos e registramos.
Pensei que esse era um bom motivo para eu ter um diário virtual.
Também meu menino, hoje tão pequeno, poder ter acesso ao que sinto, como sinto, como penso, o que vivo e não posso contar para ele. E quando a minha presença já não se fizer fisicamente, ele lembrar de mim, de verdade, ou até descobrir novas formas para lembrar de mim.
Quero ser lembrada.
Que Arthur (meu filho), os filhos dele e quem sabe, seus netos, possam um dia ter acesso a essa página, no database dessa plataforma infinita chamada internet. Estou supervalorizando o que vou escrever? OK, estou sim, supervalorizando um diálogo virtual, que travarei com os meus, quando eu não mais estiver fisicamente por aqui.
Por isso, antesquemeesquecam, ou Antes que me esqueçam, deixo aqui, registrado, minhas impressões de mundo. Elas valem para o momento em que escrevo. Dias, meses ou anos depois, eu devo mudar, então, antes que eu me esqueça, vou poder me atualizar.
Quero ser lembrada.
Que Arthur (meu filho), os filhos dele e quem sabe, seus netos, possam um dia ter acesso a essa página, no database dessa plataforma infinita chamada internet. Estou supervalorizando o que vou escrever? OK, estou sim, supervalorizando um diálogo virtual, que travarei com os meus, quando eu não mais estiver fisicamente por aqui.
Por isso, antesquemeesquecam, ou Antes que me esqueçam, deixo aqui, registrado, minhas impressões de mundo. Elas valem para o momento em que escrevo. Dias, meses ou anos depois, eu devo mudar, então, antes que eu me esqueça, vou poder me atualizar.
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