terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Das amizades tóxicas

É muito duro perceber que temos amigos que não combinam conosco. É melhor ser amigo à distância, pois a convivência é absolutamente tóxica, para nossa saúde e para a saúde de tal amigo.
Já vivi algumas situações como esta. Onde há cobranças que eu acredito serem desnecessárias, mas o amigo cobra porque para ele é muito importante. E onde nós cobramos sem sentir que sufocamos nossos amigos.
Então prossigamos amigos, mas na distância, na cortesia, no encontro rápido e fortuito, para quem nem a sua toxina, nem a minha, nos envenene.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

No meio de uma estrada em Portugal... uma aventura com final feliz

Eu tenho saído, sempre que posso, com amigas a viajar por Portugal, pelo Norte, para fotografar lugares bonitos. É um projeto pessoal. Conhecer de verdade, esse país. E não sai caro as minhas viagens. Colocamos, em média, 5 a 8 euros de gasolina, por pessoa e andamos, em média, 100 a 150 km por viagem. E vamos a descobrir paraísos.
Ontem fomos ao Parque Nacional Peneda Gerês, que já conheço, para que a Bete pudesse conhecer. E eu estava disposta a fazer algumas imagens para a minha proposta.
No início do Parque paramos muito, várias imagens bonitas. É mesmo um lugar encantador. Seguem algumas imagens:


Mas após uma subida intensa e de uma descida íngreme, o carro parou. Simplesmente apagou e não consegui ligá-lo.
Claro que se fosse no Brasil, eu teria ficado muito nervosa. Estrada sem acostamento, uma super ladeira, enfim...  eu consegui estacionar o carro o mais próximo de um barranco e coloquei o triângulo a sinalizar o problema. E fui em busca de resgate.
Ligar para o seguro, dar as coordenadas de onde estávamos. No meio do nada, imaginem.
Ficamos paradas por quase duas horas até o resgate final, feito por um senhor do reboque, muito solícito e um taxista, super simpático, que o seguro providenciou.
Voltamos de forma confortável, mas um pouco frustradas do passeio terminar sem termos ido ao destino final, que era a Vila do Gerês.
Mas o tempo que passamos na estrada, ficamos a avaliar a situação, como duas brasileiras, sozinhas, numa estradinha no meio do nada. Como levamos tudo para um piquenique, tínhamos água, suco, algo para mastigar...

E se fosse no Brasil?
Será que nosso maior problema seria o resgate?
Será que teríamos rede de dados para a geo-localização?
Será que, diferente de Portugal, onde ninguém parou para nos abordar, teríamos sofrido algum tipo de assédio?
Cá, passaram muitos motociclistas, alguns a acenar, como em apoio, mas não pararam e também não pedimos que parassem. Talvez se tivéssemos pedido...
Mas o seguro faria o serviço e todos sabem disso. Cá é obrigatório ter seguro. Nenhum veículo anda pelo país sem seguro. Por este motivo ninguém para na estrada quando há carros quebrados.
Isso é um diferencial.
São pequenas diferenças de legislação que fazem grandes diferenças na prática.
A questão de Portugal ter índice baixo de violência, nem se fala, nos deixou muito tranquilas na estrada. Saber que não seremos roubadas ou violentadas, também nos deixou calmas, a brincar com a aventura que morreu ao meio. E ficaram só as fotos para rirmos de tudo isso.







segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Luto por Boechat, luto pelo Brasil

Boechat morreu, e com ele, morreram juntos, o jeito correto de apresentar TV e rádio.
Com ele, morreu um humor ácido, presente nas brincadeiras matinais da Bandnews, quando ele convocava o Zé Simão, para juntos, ironizarem esse Brasil que nem parece de verdade, tamanho os absurdos.
Com ele, morreu a língua solta, de um bom jornalista, que tem a obrigação de chamar à atenção os homens públicos, pagos com dinheiro público, que têm mil regalias e ainda assim, roubam e enganam o povo.
Com ele, morreu a função de Âncora do telejornalismo e do radialismo. Um comentarista crítico, apartidário, profissional vinculado à notícia e ao bem comum, regra da comunicação social.
Com ele, morreram alguns espaços midiáticos de jornalismo verdadeiro e íntegro.
Boechat não deixou viúva e órfãs apenas suas esposa e filhas. Deixou pessoas como eu, acostumadas com sua voz, seu entusiasmo, seu estilo combatente, sem referências agora. Vá em Paz, querido jornalista modelo. Quero ter a sorte de um dia ver ex alunos meus, combatentes como tu. Amém e que assim seja.