quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A velocidade dos dias

Estou sendo atropelada pelas horas, pelos dias, pelas semanas. Eles não respeitam meu tempo. Assaltam-me os minutos e segundos e me deixam com a sensação de que correm contra meu relógio.
Dias de pensar como vou me desfazer de tranqueiras. Fico acordada pensando em possibilidades. Doar ao bazar do Centro Espírita; fazer um bazar em casa; doar para pessoas que eu sei que ficariam felizes com alguns objetos. Estou com todas essas possibilidades e já colocando em prática algumas e ainda assim tem coisas para arrumar. Aliás, arrumar caixas é muito chato. E eu preciso acelerar este processo. Já tem 17 caixas arrumadas e penso que vai ter mais umas 17! Para onde vão? como vou guardá-las?
Eu me vejo mais leve, pois sei que quando eu voltar, vou poder adquirir coisas com mais consciência de necessidade real do que tenho hoje. Preciso ser menos consumista, isso tomei consciência.
Dias de limpeza de arquivos velhos. No computador, nas gavetas e na mente. Como acumulamos coisas. Vi que há coisas repetidas, que há textos que nunca vou ler, material perdido, com nomes que não tem nada a ver. E me voltei para minha mente, fazendo analogia com minhas lembranças, minhas memórias. Há muito equívoco lá também.
Tenho lido muito sobre as necessidades de adaptação a novas situações. E comecei a visualizar-me em situações novas: como agir, o que fazer? estou em exercícios de transformação fluídica do meu pensene nessa nova fase. A nova morada, a nova universidade, as novas aulas, os novos assuntos. Os temas de estudos. E também me dou a oportunidade de solucionar situações corriqueiras. Desmistificando-as. E se uma mala se perde? e se não consigo me comunicar bem em uma determinada situação? e se sofro algum tipo de discriminação? me vejo dando a volta por cima, tudo terminando bem. Eu me coloco mentalmente, já agilizando novos pensamentos, sentimentos e energias (pensenes), para tais ocorrências.
Uma colega que estimo bastante está com Leucemia e fico sabendo que está internada, iniciando químio, lutando pela vida. A reflexão desses dias tem sido a que não somos donos do nosso próprio destino. Será que volto? será que se voltar, volto para este mesmo apartamento? se não volto, como será a vida de quem fica? fui saber sobre testamento. Estou a pensar sobre decisões que os que ficam tomarão se eu não voltar. Dias a pensar na fragilidade.
Reconciliação. Vi uma palestra da  TV Complexis, da Málu Balona, que falava da necessidade de se reconciliar consigo próprio e com os outros para não sobrecarregar o soma. Como quero viajar saudável e já vinha organizando as questões de relatórios médicos e exames check up, rotina e de imagens, para carregar comigo os mais variados documentos que facilitem viver longe, me atentei para um fato ainda mais importante: ando com pendências rancorosas, por conta de maus tratos afetivos e pensei que preciso curar logo para não levar sobrepeso na alma.  Vi que carregar rancor na mala afetiva pode só me adoecer o soma (corpo), estando longe e sem ajuda de ninguém. Então, a palavra de ordem é perdão e reconciliação. Se vou conseguir isso em um dia, uma semana, um mês, não sei, mas daqui a dois meses, preciso estar mais leve do que estou hoje.
Dias de muito e intenso trabalho. E a ficha vai caindo, vai ter dia em que eu vou ficar sem nada para fazer, e vai ser bom. Porque tem dia em que estou em tanta correria que nem tempo eu tenho para pensar. #mudarotina

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Caminhos do Doutoramento

De volta à condição de estudante, estou feliz com o futuro que se apresenta. Desde que terminei o mestrado, em janeiro de 2005, jurei para mim mesma que só faria doutorado se tivesse a sorte de encontrar outro orientador como o da graduação, meu Mestre Doutor Jorge Ijuim ou como meu Doutor amigo Alexandre Schiavetti, do mestrado.
Explico: por mais complicado que seja escrever e pesquisar para produzir conhecimento, quando somos bem orientados, sabemos exatamente onde estamos indo e isso nos fortalece.
Mas também jurei fazer algo que me desse prazer e que fosse de retorno social, como acho que foi o livrinho da graduação: Fotojornalismo, Informação, Técnica e Arte, que duas universidades assumiram como livro da Bibliografia Básica, em 1998.
E também, de menor impacto, mas importante, a história ambiental e o registro estatístico das RPPN's no sul da Bahia, em meu mestrado.
Por isso minha insistência em cursar disciplinas da FACED, na UFBA, e do PPGEDUC da Uneb, como aluna especial, na esperança de conhecer um professor que topasse me orientar, ao acreditar que a área de Imagem, da qual sou apaixonada, pudesse somar para a área da Pedagogia.
Infelizmente isto não aconteceu, muito embora tenha encontrado professores maravilhosos nesta caminhada. E que muito acrescentaram em minha vivência como professora universitária.
No ano passado, pela felicidade de ser a primeira liberada por quatro anos para o doutorado em meu colegiado, tomei coragem e fui pesquisar fora da Bahia, os programas que mais trabalham com imagem. Achei na UEL, Londrina, mas mestrado, na PUC SP, na UFF, Niterói e em Santa Catarina. Fiquei analisando o trabalho que daria ir morar fora da Bahia por quatro anos e vi que não ia ser fácil. Mudança, aluguel, adaptação, etc. E sem nenhum tipo de contrapartida cultural.
Depois de saber de algumas amigas que tinham feito sanduíche ou doutorado integral em outros países, eu me animei. Pois se era para mudar e ter trabalho, que ele fosse justificado pela contrapartida de conhecer algum lugar distante, interessante e culturalmente rico.
Pois bem, comecei a pesquisar, ver as questões de validação de diploma, o nível das universidades, lembrando que eu já tinha pesquisado sobre  isso quando estive em Buenos Aires e em Montevidéu, por  gostar das cidades, mas não havia gostado dos programas doutorais.
É estranho como temos uma forte herança portuguesa, mas pouco conhecemos sobre Portugal. Apesar de ter como referência na minha área um autor português, o Professor Dr. Jorge Pedro Sousa, que escreve muito sobre Fotojornalismo, eu pouco sabia sobre a qualidade das universidades ou de vida nas pequenas cidades daquele país. Apenas sabia curiosidades sobre Lisboa e Coimbra, e de poucos detalhes da vida em solo português por parentes e amigos que sempre a visitam.
Depois de extensa pesquisa, fui ler os programas doutorais e me surpreendi. Gostei particularmente de  três, onde fiz inscrição.  Fui selecionada nos três programas, e fiz a escolha tendo em vista o ranking da universidade, as linhas do programa e a qualidade da cidade em que a universidade está sediada. Escolhi  a UMinho, Universidade do Minho, que tem professores reconhecidos no campo da Semiótica Social e a cidade de Braga, que está entre as melhores cidades a se morar na Europa.
Ainda não sei quem será meu orientador. Já identifiquei alguns docentes que trabalham com imagem e rogo ao universo que eles sejam meus professores e que sintam simpatia por minhas temáticas de pesquisa.
Tenho pesquisado sobre pose, empoderamento, gordofobia e gerascofobia, selfie, nudes, espontâneo, etc. Mas não descarto enveredar-me por outros caminhos de pesquisa. Também imagem, filosofia e educação me dão forte motivação, retomando Vilém Flusser.
Agora estou na fase de arrumar a mala  e ir em busca dessa realização, um doutorado em minha área de atuação, com um orientador que seja fraterno e generoso. Espero voltar aqui para contar o fim dessa saga.



terça-feira, 9 de agosto de 2016

Pelas Lentes do Recôncavo, Um Recôncavo de Possibilidades

Foram meses reunindo textos, selecionando fotos, trabalho de correções, organização de documentos e autorizações para a editora, e cá estão eles, os dois livros que celebram os dez anos da UFRB em Cachoeira.







Fiz parte da Comissão de Organizadores e formamos uma equipe afinada e muito cheia de vontade de fazer bem feito: Eu, Gaio, Wilson e Sílvio. E claro, a boa vontade de Prof. Sérgio Mattos, da EdUFRB, que mesmo na crise, garantiu a impressão.

As coletâneas reúnem mais de 30 autores, com seus artigos e ensaios e 30 fotógrafos, todos da comunidade UFRB, entre docentes, discentes, técnicos e egressos.



No dia do lançamento, que fizemos com muitas ações compartilhadas, foi uma festa! pura alegria nos discursos, nos encontros, no orgulho de ver que os livros ficaram bonitos, com uma qualidade inspiradora. Agora é torcer que venham mais dez, mais vinte anos de UFRB e com eles, mais livros e mais conhecimento. Ariel e Igor Sky cantando músicas lindas, DJ Anderson Bio animando, e todo mundo no clima de confraternização. Uma bela forma de finalizar o semestre.