domingo, 20 de dezembro de 2015

Desejos para 2016, parte I

Dia desses, não faz muito tempo, senti vergonha de ESTAR mulher. Numa atitude preconceituosa, descobri que a mulher contemporânea, independente e desinibida, é um ser muito parecido com o homem (por quem detenho enorme preconceito - mea culpa).
A mulher moderna larga a casa e filhos com empregadas e babás e chega cansada à noite sem disposição e saco para lidar com pequenas coisas domésticas. Igual ao homem.
A mulher independente tem seu próprio dinheiro e fica cada vez mais consumista, valorizando roupas, as últimas novidades estéticas para os cabelos, rosto, pele, seios: dos cremes às intervenções cirúrgicas, tudo é moda. Com o homem só muda os objetos de desejo: carros, motos, barcos, aviões, mulheres e bebidas.
A mulher desinibida não quer saber mais quem é o indivíduo que adentra sua vida. Sem dar tempo ao tempo, ele conhece seu corpo e sua cama, e vai embora do mesmo jeito que chegou sem nada acrescentar. Nem vou comentar isso com o sexo masculino, seria lugar comum...      
Vejo essa mulher do século XXI todos os dias à minha volta. Foram dezenas de anos, no século passado, para a produção desse ser que hoje está preenchendo os espaços sociais com uma ânsia louca, que só se explica pelo tempo de anonimato forçado, imposto pelo sexo oposto.
Mas o que nos custou essa liberdade tomada aos gritos e lágrimas, sem nenhum momento de reflexão?
Nossas adolescentes não conhecem nenhum tipo de pudor, NUDES virou moda, vitória do corpo, estamos com os mesmos hábitos dos homens, mas em compensação, nossas jovens não sabem o que é a conquista e o romance, nossas coroas estão cada vez mais solitárias, desambientadas e confusas, entre a mulher antiga e a mulher moderna. Vivemos um conflito interno presente entre os pares do nosso próprio sexo.
Conheço muitas mulheres com esse sentimento de perda, essa vergonha preconceituosa. E a grande pergunta é: como educar nossas meninas?
Não existe manual, mas existe bom senso. É preciso uma reflexão acerca do que queremos para o futuro se faz necessário. Queremos mulheres diferentes dos homens ou iguais? Ainda temos tempo para reformar, mas antes de tudo, retomar certos valores femininos, não nos submetendo ao machismo, mas sem perdermos nossa essência? a nossa independência passa mesmo pela igualdade de atitudes? Os homens não estão errados, e não seria eles que deveriam se feminizar e harmonizar com nosso jeito de ser? Como ser moderna sem ser indiferente? Como ser desinibida sem ser vulgar?
A todas as mulheres, um resgate da nossa feminilidade e do nosso feminismo sadio, é o que desejo para 2016.    


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