Meditações, impressões da vida, memórias revisitadas, crônicas fotográficas, muito blá blá blá... É só para deixar registrado o que penso do mundo (antes que eu morra e não conte, ou mostre, nada a ninguém).
sábado, 24 de dezembro de 2011
Querido Papai Noel
Tenho um pedido: Em 2012, desejo que as brincadeiras fiquem mais sérias!!! Fotografia e teatro deixarão de ser apenas hobby em minha vida...
Os meus amigos vivem me dizendo que sou ‘naturalmente’ performática. Penso que é porque falo com caras e bocas, dou risadas o tempo todo e brinco demais, correndo o risco de perder amigo e não perder piada...
Mas aproveitei pra vasculhar fotos neste final de ano e achei cada ‘cara e boca’!!! Mas justifica-se: fiz teatro por oito anos , o velho GETEAFI (Grupo Estudantil de Teatro da Ação Fraternal de Itabuna), dos 13 aos 20.
E em 2011 voltei, dessa vez em curso com duração de dois anos na Cia Vá na Contramão. Mas com uma diferença, porque agora estou amadurecendo teatro como algo sério. Eu estou praticando psicodrama e iniciei os estudos em dramaturgia no Grupo de Pesquisa da UFRB, e por tudo isso penso que Teatro vai virar uma segunda profissão.
Termino o curso de teatro em 2012 e quero mesmo participar das produções da UFRB, nos cursos de Artes e Cinema. E de vez abraçar novos papéis e máscaras.
É uma atividade que me encanta, colocar os dramas e as comédias humanas em momentos pontuais e ter oportunidade de incluir meus sentimentos nos sentimentos da personagem.
Já a fotografia é paixão antiga, que tive oportunidade de mergulhar na prática ainda em Cuiabá, na UFMT, quando cursei os dois semestres obrigatórios ( e tirei 10!) e depois como aluna ouvinte em Campo Grande, na UFMS e por fim, quando decidimos, eu e Rosangela, fazermos o livro Fotojornalismo: Informação, Técnica e Arte (que também tivemos 10!), e que pretendo editar pela terceira vez, agora revisada e ampliada.
Fotografia virou objeto de estudos e extensão, com o Galeria Recôncavo. Comprei bons livros. Achei um objeto em fotografia para o doutorado, que penso, vou ter que sair do Brasil se quiser dar continuidade (fulldome). Mas o que quero mesmo é desencavar essa fotografia artística que pulsa. Quero colocar os projetos que ficaram apenas na vontade, em luz e cor. Penso que a oportunidade é em 2012, já que vou ter que aprofundar meus estudos, pois vou dar aula de fotografia para a turma de Artes Visuais (notícia que me deixou muito feliz!).
Em 2012, Merda pra mim (no teatro) e muita LUZ (matéria prima da foto). E que minhas vontades, se forem para minha evolução, se materializem todas.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Dos beijos enrolados em abraços
Este ano resolvi passar o máximo de tempo com velhos e novos amigos e acabei indo a 'trocentas' confraternizações. Só não fui a confraternização de boneca porque não me chamaram a tempo. Com a galera do Teatro foram duas, com direito a muita comida, improvisações e troca de presentes.
Na casa de Robério mais uma, para homenagear Dinalva e de quebra conheci Lídice da Mata, nossa senadora, que me pareceu mulher muito centrada e realmente disposta a assumir política como coisa séria. Dois dias depois Aleschi e Anisio me chamaram e lá fui eu ficar horas, batendo papo e comendo guloseimas na Livraria Saraiva - hábito que cultivamos há quase dois anos, uma vez por mês, quando Aleschi vem pras reuniões em Salvador.
Saindo do lúdico, o que era reunião de trabalho com Renato, Rodolpho e Jesus (professor abençoado), virou maniçoba no 'Ferroviários' em São Félix e planos para bons projetos em 2012.
Em Cruz das Almas, mais dois encontros prazeirosos: na casa do Moacir, com Navarro e Aless, assistindo 'Meia Noite em Paris', comendo lasanha e tomando vinho e em um almoço no Canto Gaúcho com meu eterno vizinho Emanuel, minha querida Soraia e meu estimado Luciano (que tão raro nos encontrarmos mas sempre tão gentil). Lá ainda tive o prazer de conhecer mais o professor Felipe, da biogenética, que me provou que sou irmã do Gorila, muito mais que o orangotango (rs) e tomei 'aquela' lição de humildade.
Dia seguinte um momento especial com a galera do CAHL, em Cachoeira (tão raro), em um almoço maravilhoso, onde revi velhos parceiros e tive a oportunidade de conhecer técnicos e professores que se uniram ao time. No mesmo dia dancei e cantei, depois de um jantar maravilhoso, na casa de Manu, com Leila e Márcia. Doadoras de boas energias, trocar figurinhas e encontrar fórmulas simples de felicidade, elas também estão formando comigo uma Confraria do Vinho. Sempre que nos reunimos fazemos festa à Baco.
Depois foi a expô de Dina, no Salut da Pituba, com César, Moema e Conça. Dessa vez comida japonesa.
E ontem, teve ainda um encontro do CS com toda a galera no Bar Mercado. Vendo e revendo, conhecendo e reencontrando.
Sabe o que é melhor de tudo isso? os beijos enrolados em longos abraços, onde os mais chegados nos dizem ao pé do ouvido que 'gostam da nossa amizade', que 'o dia ficou mais alegre', que 'estava com saudades' e penso que não podemos deixar a escravidão das rotinas nos tirar o prazer dos encontros para 'fazer nada', apenas passar tempo ao lado de seres especiais. E os mais novos, mesmo que timidamente, dizem que esperam que nossa amizade só cresça em 2012... eu também.
Só teve um inconveniente: engordei e ficou complicado entrar na roupa nova do Natal. Mas desde hoje fechei a boca. Agora só na grande confraternização da noite feliz...
domingo, 11 de dezembro de 2011
Aos amigos distantes
Amigos, mesmo distante, saibam que não esqueço de vocês e é no final do ano que fico ainda com mais saudade.
Dá um aperto, porque alguns de vocês, talvez eu encontre tão pouco ainda nesta minha vida.
Outros eu sei que encontro em gotas, de forma rápida, numa breve viagem a Sampa ou Rio, ou quando aparecem em Salvador, mas é tão pouco, tão raro, não do tanto quanto gostaria. Queria que a Itália fosse ali, e a França eu conseguisse chegar no pensamento, Buenos Aires logo na esquina e em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul eu estivesse a um passo e na volta passasse em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, João Pessoa, Natal, Recife e Aracaju... Não conheço ainda Floripa, POA, Rio Grande ou Vitória, mas é lá que deveria ir pra abraçar quem foi e lá ficou.
E que ir a Teixeira, Itabuna, Ilhéus, Ibicaraí, Juazeiro, Petrolina e Amargosa fosse como ir comprar meu pão de todo dia.
Os meus amigos moram em meu coração. Amo cada um de vocês, pelas lembranças de momentos únicos e maravilhosos.
E agradeço ao universo ter um dia convivido com vocês.
E que bom que tem a internet, e que bom que podemos de vez em quando expressar essa saudade.
Por isso gostaria que vissem esse video, ele é como nós todos, unidos pelo elo do amor que transcende a distância
http://www.youtube.com/watch?v=XMkaBN3x5AM&feature=share
com estima, e muitos beijos enrolados em longos abraços...
Ah, que o natal seja lindo, o ano novo próspero e a vida mais cheia de coisas para comemorar
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
E o Rio de Janeiro continua sendo...
Tenho uma relação de muito carinho com o Rio. É uma cidade maravilhosa em sua essência e por mais que tenhamos a percepção dos conflitos, do estado de alerta, ainda assim, é tão bela.
Fiquei no Rio durante quatro meses em 1998. Recém formada, ainda sem diploma, andava muito com o Marcus Aurélio, da CBN, super ativo na UNIRR e o acompanhei diversas vezes, ao Instituto de Cegos, na Urca, quando da instalação de uma rádio. Também paquerava a redação do JB (Jornal do Brasil), nas poucas e maravilhosas tardes em que lá estive, com Flávio Rodrigues, que me hospedou em dois, dos quatro meses de vida carioca. Era uma época rica. No JB, vendo Evandro Teixeira, grande fotojornalista, e um time 'de primeira', daquela casa que era, tradicionalmente, berço do bom fotojornalismo. E nas reuniões da casa de Flarod, com Rogério Reis, Arthur Max, Rogério Madureira (amado) e tanta gente legal.
Tudo teria dado certo, penso, entre eu e o Rio, se o sindicato dos jornalistas não tivesse me 'convocado' a dar explicações sobre a possibilidade de trabalhar no estado, sem o diploma (fui da terceira turma da UFMS e o curso ainda estava em processo de reconhecimento _ levou oito meses para sair meu diploma). E acabei abandonando o sonho de viver no Rio.
Depois voltei, em 1999, para pouco mais de um mês na Globonews, em intercâmbio. Repórter do interior, fiquei encantada com o Teatro Municipal. E com sorte de principiante, fui a muitos lugares legais, na condição de repórter, com direito aos bastidores de eventos...
Foi quando conheci alguns centros culturais, a Biblioteca Nacional, Museus, Quinta da Boa Vista, Jardim Botânico...
E me apaixonei de vez.
Pensei que era uma cidade perfeita para envelhecer.
Depois estive apenas uma vez, mas fiquei em Niteroi, na época de um evento midiático, já como professora da UFRB.
Pois nesta semana do Festival Internacional da Cultura Digital, respirei mais do Rio.
Nunca tinha me dado conta da riqueza da Biblioteca Nacional (que é a oitava do mundo em quantidade de livros), mas uma visita (guiada, desta vez), me revelou algo que muito me impressionou: quando da fuga da família real para o Brasil, em 1808, vieram na bagagem cerca de 60 mil livros. E em seu retorno, Dom João disse: deixo aqui meu filho e meus livros, tamanho era o grau de consciência dele quanto ao tesouro que carregava. E são mesmo, livros a peso de ouro: Há dois exemplares das primeiras Bíblias tipográficas, de 1462. Há um pergaminho do século XI, com os quatro evangelhos escritos em grego, e a primeira edição dos Lusíadas de Camões, de 1572. Partituras orginais de Beethoven e Mozart... tudo isso faz dela um lindo Museu. Mas apenas para pesquisadores autorizados. Essas obras são guardadas a sete chaves e em ambientes super controlados quanto a climatização, segurança e oxidação, etc. etc.
Confesso que fiquei de queixo caído e orgulhosa, porque penso que cada brasileiro é dono desse tesouro. Que sorte a nossa quando Napoleão decidiu atacar Portugal (rs).
Também fiz visita, depois de onze anos, ao Museu de Belas Artes, e gostei muito da exposição Guilda de São Francisco, que reúne o trabalho dos artistas Cláudio Valério Teixeira, Celio Belem e Milton Eulálio. Eles apresentam seis telas feitas a seis mãos, nas quais usam como cenário cartões postais do Rio e Niterói.
Voltei também ao Centro Cultural do Banco do Brasil, que estava com uma exposição sobre a India, belissima, com tantos artefatos, exibição de filmes de Bollywood, contextualizam a cultura antiga e moderna no país e revelam hábitos e toda a história religiosa que é coluna vertebral daquela sociedade. E por fim, no Forte de Copacabana, um lugar que nunca tinha ido, apreciei a paisagem.. ô Rio de paisagens lindas.
Depois mergulhei no Festival e não vi mais nada... e penso que o Rio tem tantas possibilidades. Já sinto saudade dessa cidade que respira cultura.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Na rede da Cultura Digital
Vim ao Rio para o Festival Internacional da Cultura Digital. Sabia que seria interessante, mas não tinha idéia do quanto. Dias de programação intensa. Confesso que teve coisa que eu queria ver e não vi por conta de programação paralela em vários espaços diferentes e até numa certa distância, entre o MAM e o Cine Odeon, coisas que aconteciam ao mesmo tempo, que não dava nem para dar um pulinho (como eu faria se fosse numa sala ao lado). Vi algumas apresentações de projetos super humanísticos, como o dos índios Kaiowás, no MS, que estão usando seus celulares para gravar cenas de violência contra a comunidade indígena e postando na rede. Novas tecnologias contra a opressão! também aproveitam as novas tecnologias para criarem memória e intercambiarem experiências entre comunidades indígenas distantes. PERFEITO! Com alguns projetos, descubro que a mídia locativa e democrática amplia os horizontes de atuação e isso é mágico. E um dos que mais gostei foi o que mapeou todas as manifestações artísticas de São Paulo que ocorriam fora de Museus. O nosso, do Mapeamento Colaborativo do Recôncavo, recebeu muitos elogios. Penso que ele será um sucesso quando todos puderem colaborar.
Ah, a UFRB estava em peso, eu, Fernando Rabelo, Jarbas Jacome, Alessandra Azevedo e Danillo Barata. E com três ações, entre projetos e exposições.
Vi discussões e debates, como o da Unicult, com muita gente, de todo lugar do Brasil. Conheci Messias Bandeira- UFBA, e pedi a ele, que com generosidade me disse sim, a frequentar suas aulas como ouvinte. Pense numa universidade virtual, sem hierarquia, que prega integração dos acadêmicos com tudo o que acontece na vida real, que agrega saberes populares e cultura e valoriza outras formas de aprender que não só o formalismo da universidade que conhecemos atualmente. Pensou? ela está se tornando uma realidade. E quero fazer parte disso. Visualizei uma sala no CAHL que seja para transmissão de Samba de Roda, de Capoeira, com videoconferências, com produções midiáticas, com fulldomes... sonhei? viajei??? penso que não. Porque não é sonhar sozinha.
Vi tanta gente falar de rede (e não é aquela que adoro deitar), é a que adoro surfar, é colaborar. Em rede, partilhando experiências, falando dos erros e acertos em metodologias, possibilitamos que outros, que queiram também fazer algo, possam tomar os atalhos e realizar mais rápido, e nessa troca de experiências, acumulamos saberes.
Vi tantos falando de mais generosidade, de gente que faz coisas por entusiasmo e paixão. E lembrei de Robinson Tenório, com seus estudos sobre Fraternidade como complemento importante para Igualdade e Liberdade. Vi gente falando de ética Hacker. Lembrei das aulas de Nelson Pretto e Sergio Amaral, em 2009, na Faced-UFBA e UNICAMP.
Vi pioneiros importantes da cultura digital, como Benkler e Michel Bauwens, falarem de uma nova economia, de uma mudança de comportamento silencioso, que está crescendo nas novas gerações, que só a inteligência coletiva possibilitada pela rede, pode explicar. Penso que estamos na ERA da cultura digital. E ela agrega todas as culturas, da forma mais democrática. Basta clicar...
Vi parlamentares (Alexandro Molon - PT, e Jandira Feghali, do PCdoB), falarem da importância da mobilização, das cobranças aos políticos, que iniciam pela rede, e do político que precisa ter ações mais claras, mais transparentes, porque as pessoas tem como cobrar.
Vi sociedade civil, com representantes de diversos setores, falando da importância da inclusão digital, de como avançar na busca de uma educação digital, porque não basta ter o computador ligado em rede e só saber surfar em facebook, orkuts e msn... E vi um moço, que nem sei de onde é, porque cheguei e ele já falava, de lugares onde meninos não tem certidão de nascimento, mas tem facebook e tem orkut e ali estão sua identidade! e vamos transformar as lan houses em parceiras da revolução. É preciso mostrar os caminhos, mostrar que a internet tem miliuma utilidades.
Observei jornalistas multiplataformas. Gente que domina twitter, wordpress, joomla, e tantas outras possibilidades para fazer uma informação diferenciada, diversa, tudoaomesmotempoaquieagora. E quero isso pros meus meninos, meus orientandos. Se eles quiserem, se eles toparem...
E foi bom ouvir Sérgio Mamberti (ator maravilhoso e diretor da Funarte), G. Gil (baiano que só nos orgulha), e tantos outros. Foi bom trocar figurinhas, pegar cartões de gente que pode virar parceiro, em projetos do LINKLIVRE. E sabe o que foi melhor? descobrir que o que faço tb conta. Que tb faço cultura digital. Daqui a alguns anos serei uma dinossaura dessa história. É bom surfar nessa onda.
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