segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Por uma educação na política e por uma educação política

Será que é tão complicado ensinar nas escolas que governar e legislar é definir o futuro de uma nação? Será que nossas crianças compreenderiam que para gerir um país, estado ou munícipio e fazer leis, tais representantes do povo precisam estar preparados, conhecer sobre políticas públicas, sobre direitos e deveres, sobre ética e gestão de dinheiro? será que, assim como nos preocupamos em formar platéias para cinema e teatro, conseguiríamos formar eleitores conscientes? É um desafio que gostaria de propor à elite do MEC que estabelece o que entra ou não nos currículos escolares. É um absurdo, a cada eleição, vermos pessoas sendo eleitas e reeleitas sem que tenham uma única proposta coerente ou preparação mínima para legislar ou governar. E ficamos inertes diante de uma enorme população de eleitores que votam em figuras por identificações várias que não a competência mínima ou moral para tal. E nos impomos a cada eleição mais quatro anos sujeitos a escândalos, falcatruas, corrupção e descaso com melhorias reais. Ontem meu Arthur me perguntou em quem eu votei. Falei do voto secreto. De que ninguém precisa saber em quem votei. Mas que votei consciente que estava escolhendo alguém que acredito, tem proposta séria, porque conheço um pouco do seu passado e de suas intenções. Disse que não é certeza de nada, mas que eu estava votando porque é meu direito tentar acertar na escolha do meu representante. Meu Arthur, de 7 anos e meio, me olhou como se não entendesse muito, mas disse que um dia também quer votar. Foi a primeira pequena lição, mas estou iniciando a formação do meu futuro eleitor... e enquanto as escolas não se preocuparem realmente com isso, nós pais precisamos nos preocupar. Só teremos o Brasil que queremos quando efetivamente formos eleitores cidadãos de verdade, exigentes com aqueles que nos representam. É o tal controle de qualidade que exigimos de nossos médicos, professores, engenheiros... por que nossos políticos podem ser pilantras, mentirosos e embustes? jogamos voto fora como se fosse supérfluo, descartável. Quatro anos é muito tempo. Por uma educação na política, com pessoas que tenham pelo menos cursos técnicos ou superiores em administração, gestão pública, ciências sociais... e por uma educação escolar que contemple discussões e análises sobre como devemos escolher nossos governantes e legisladores.

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