terça-feira, 7 de julho de 2015

A primeira vez...

Como mãe, as vezes me deparo com a primeira vez de Arthur em coisas simples, as vezes dolorosas, as vezes prazerosas, que me faz refletir este papel espetacular de ajudar a formar um adulto.
Nas duas últimas semanas, ele enfrentou a pior de suas doenças (até o momento): a catapora. De alguma forma, meu menino vivenciou dores e preocupações que nunca antes tinha vivido.
Quando, ao sabermos que ele tinha catapora, altamente contagiosa, tivemos alguns cuidados por conta de várias pessoas do convívio não terem tido, e isso levou a um certo afastamento necessário e uma separação de objetos de uso pessoal (copo, toalha, etc.), que gerou diversas emoções. O vi refletindo sobre preconceito, rejeição, isolamento. Aproveitamos para refletir sobre quem tem AIDS, quem precisa viver isolado, quem sofre ao ser rejeitado...
E quando falamos da preocupação estética em ficar marcas, caso ele coçasse, vi meu menino seguir à risca a indicação e tomar o remédio anti-alérgico com satisfação. Diga-se de passagem que ele foi vacinado e sua catapora foi leve, com poucas bolhas. E como ele não coçou, acredito que não deixará marcas.

Também vivenciou uma viagem longa, de três dias pelas estradas do Brasil.  A catapora iniciou durante a viagem. Penso que a viagem o afetou a tal ponto de não deixar a doença vir com força. Diria que, mesmo doente, curtiu muito.

Tudo o que vimos no caminho, que desconhecíamos e que suscitava dúvidas, como uma certa curiosidade geográfica, por exemplo, que ele me perguntava e eu não sabia, eu o pedia para anotar e que em breve pesquisaríamos. E fomos atrás... eu, aumentando o meu conhecimento sobre esse lindo Brasil e ele, despertando ainda mais o que admiro no ser humano, um inesgotável desejo de aprender.

E os sabores? fomos a um mercadão em São Paulo, desses que amo visitar, e ficamos olhando a diversidade de temperos, cheiros, cores, texturas. Visitamos empórios e foi uma festa para o paladar.
É muito bom poder oferecer uma primeira vez em algo bem gostoso. Fico pensando sempre que ele vai lembrar, sempre que voltar a comer, a sentir os cheiros, de que fui eu quem o apresentou a essas sensações. E conversar sobre cada sabor novo é o mais legal de tudo isso, porque eu redescubro coisas esquecidas, quando no relato do menino, me deparo com a sensibilidade da descoberta, as primeiras impressões em cada novidade. É um presente!

Um comentário:

Unknown disse...

...a sensibilidade da descoberta, as primeiras impressões em cada novidade. É um presente!