Ontem fui assistir ao documentário Senna, do britânico Asif Kapadia. O diretor conseguiu imagens muito interessantes, com o piloto em família, em diversas escuderias, nos bastidores do mundo da F1, imagens de reuniões de pilotos com a diretoria da FIA, de emissoras de TV do Brasil e estrangeiras... ao final temos um filme que emociona, mas que nos mostra o quanto esse moço brasileiro teve um papel importante para que o esporte se tornasse mais seguro. Questionador, de personalidade forte, o Senna do doc é um bom moço, mas que não leva desaforo pra casa e só agora vi um jovem que de alguma maneira, era comprometido com a segurança, apesar da ousadia que demonstrava nas pistas, principalmente em dias de chuva.
Quando ele morreu, eu estava sozinha em frente a uma TV, em Campo Grande (MS), longe da minha família há anos e na hora liguei para minha mãe chorando, como se tivesse perdido um parente. Em Itabuna (BA) minha mãe também chorava.
Ontem saí do cinema com a mesma sensação de perda. E em casa não deu pra segurar minha tristeza, talvez de saudade pelo vazio deixado por esse moço.
Sei que ele era um cara do bem, um jovem que servia de modelo, de exemplo e onde estiver, sei que está amparado pela espiritualidade amiga.
Mas fiquei me perguntando, como os dirigentes puderam deixar a corrida acontecer se nos dias anteriores o Rubinho havia se acidentado e se machucado e o piloto austríaco Ratzenberger havia morrido? como um esporte com amarras tão fortes de grana, patrocínios, etc. perdeu-se diante de tudo isso e não percebeu que colocava em risco a vida de seus atores principais?
Depois da morte de Senna não houve mais tragédias na F1, mas a imagem do presidente da Federação Internacional de Automobilismo, Jean-Marie Balestre, puxando sardinha para Alain Prost me deixou a impressão de que muita coisa precisava mudar... e queria saber: será que mudou?
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