Lá se foi ele, aos 19 anos, viver longe de toda a família. Ele escolheu ir. Escolheu uma universidade do outro lado do Brasil.
Eu me vejo no mesmo papel que viveu a minha mãe, desafiadoramente desapegando de filho, com um vazio na casa e na alma.
Dói e ao mesmo tempo temos que sorrir e dizer: se você está feliz, eu estou feliz, meu filho.
Mas cá dentro eu percebo agora o quanto a minha mãe teve que se fortalecer para não despencar no choro na minha frente.
Naquela época em que fui, sem internet, sem fotografias diárias, sem mensagens gravadas de bom dia, sem pequenos vídeos das descobertas diárias da nova rotina, acho que minha mãe vivia num limbo de uma mãe que ignora e sofre duplamente. Eu sofro menos, é uma realidade. O virtual ajuda a diminuir a distância. E isso é algo que acalenta muito.
No vazio da casa, as imagens que chegam preenchem meu coração.